segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

PACOTES, SAPATOS E FÓRUNS...



Entre pacotes retardados de medidas azedas para combater a crise económica nacional, sapatos voadores de despedida ao maior ditador dos tempos presentes, propostas de alternativas políticas de esquerda concentradas em fórum, e a eleição de um presidente de um partido com assento parlamentar com a extraordinária votação de sensivelmente 6000 votos (!) , ou seja mais ou menos a afluência média domingueira de qualquer feira dos subúrbios de Lisboa, assim se passou mais um chuvoso fim de semana de Dezembro.

Não é que seja avesso a sapatos, embora aprecie mais ténis, o mesmo com os pacotes, sendo que neste caso a minha preferência recai mais no Camilo Alves do que na Mimosa, mas a minha prelecção de hoje incide tendencialmente no Fórum Democracia e serviços públicos, realizado no Domigo, e que reuniu aderentes de vários quadrantes políticos da esquerda. Quanto ao tal campeão de vendas, de votos digo, a esse sou mesmo avesso.

Apraz-me aqui referir que considero muito positiva a realização deste fórum em que se discutiu livre, abertamente e sem sobreposições os problemas graves que o nosso país atravessa e a necessidade de uma convergência, possível quanto a mim, à esquerda de forma a constituir-se uma alternativa credível e viável a esta contínua alternância de desgovernos podres, corruptos e altamente prejudiciais às mais elementares regras de desenvolvimento e progresso social.

Como sabemos, e quanto a isto não valerá a pena qualquer tentativa de escamoteação, qualquer partido da dita esquerda não conseguirá ser governo em Portugal sem se coligar com um outro partido do centro, neste caso o PS - não creio que a coligação com partidos da direita seja possível por cá por óbvia renúncia de qualquer das partes, embora noutros países da Europa tal aconteça -, sendo que a única possibilidade real e efectiva de se criar uma verdadeira alternativa que ponha termo a anos consecutivos de políticas erróneas e retrógradas e altere o rumo vigente será a coligação de várias forças, que embora tradicionalmente e, diga-se mesmo, de uma forma bacoca continuam cegamente ligadas a “ismos” com mais de cem anos, fazendo as delícias do centro e centro-direita e, consequentemente de uma maneira mais ou menos indirecta prejudicando os interesses reais dos trabalhadores portugueses.

Julgo que se queremos avançar e pensar verdadeiramente nos mais necessitados, desfavorecidos e oprimidos e alterar o trajecto de inversão de conquistas sociais que árduamente foram conseguidas em batalhas duras ao longo dos tempos e que agora são desbaratadas do pé para a mão, é já tempo de dizer basta, de convergir em vez de divergir, de colocar em primeiro lugar o essencial em detrimento do acessório, a responsabilidade em vez da mesquinhez, as pessoas em vez dos protagonismos.

4 comentários:

A. João Soares disse...

Caro Marreta,
Aproveito um comentário que coloquei noutro sítio porque se aplica a estes jogos dos partidos para saciarem a sua fome de Poder.
O maior mal do País consiste na incapacidade de os detentores do Poder e os candidatos a substituírem-nos fazerem uma análise imparcial séria e honesta da situação e estabelecerem prioridades para enfrentar, com eficácia, as piores ameaças, tomando medidas adequadas e concitando para elas a colaboração de todos os portugueses.
E o que se passa na realidade? é os partidos, agências de empregos para os do clã e procurando egoisticamente a procura do poder e a sua manutenção quando o cavalgam, através da caça ao voto, esquecendo os interesses nacionais.
Qualquer assunto, do mais importante ao menos significativo, em vez de ser analisado com vista aos interesses da Nação, é logo politizado, cada partido pretendendo retirar o máximo de dividendos para os próximos resultados eleitorais.
O País está permanentemente nas bancadas de um circo em que o espectáculo é apenas a sucessão de braços de ferro: lixeiros de Lisboa, professores, magistrados, médicos, etc. Não há nenhuma cabeça bem pensante que procure consensos benéficos à Nação, evitando perdas de tempo e de outros recursos e apenas «ganhando» o desprestígio de autoridades e profissionais dos diversos sectores, com nítido prejuízo para o País.
A estúpida teimosia acerca da OTA trouxe elevados custos ao País com benefícios apenas para os amigos do Governo que fizeram «estudos» que se amontoaram sob o pó dos gabinetes. Demorou a resolver-se o braço de ferro. Com os professores, quem está a ser lesado é a formação dos estudantes, que amanhã serão os dirigentes do País e irão coxos pela vida fora. Com a saúde e os fechos de tantos serviços prejudicou-se a vida de muita gente que ou morreu sem o devido tratamento ou retardou a cura dos seus males e muitos portugueses são naturais de Espanha. Com a ausência de uma boa reforma da Justiça, esta tem sido desprestigiada, o que é um mal de cura demorada. etc.
Todos esses males se devem à politização de tudo e todos e a ausência de um lema colectivo comum que se chamaria «sentido de Estado», amor ao País, dedicação à causa pública.
Um abraço
João

Anónimo disse...

lol,so nice

Anónimo disse...

I think we should keep the same view, and then in our understanding of this point, and then deeper thinking!

Anónimo disse...

After reading the information, I may have different views, but I do think this is good BLOG!