domingo, 28 de julho de 2013

FALAR PARA FALAR !!!


O primeiro-ministro disse há dias que o país precisa de um “clima de união nacional que permita convergência", o que foi muito criticado por ter utilizado uma expressão «excomungada» há quase 40 anos. Mas em vez de escolher uma ideia inovadora reafirma apelo à "união nacional", mostrando a sua teimosia obsessiva e arrogamte.

Independentemente do termo usado, Esta reiteração do desejo de «união nacional» não está explicada, pois ela não poderá traduzir-se em todo o país começar a aplaudir o PM, mesmo quando a sua inflexibilidade se manifesta por arrogância e teimosia raiando o patológico. União não pode significar que cada cidadão se submeta aos caprichos mal definidos do PM, abdicando do seu próprio conceito de patriotismo e interesses nacionais.

Passos Coelho sempre afirmou guiar-se pelas suas próprias ideias, sem as explicar, «custe o que custar» e afirmou ignorar os sinais de «indignação» dos portugueses expressos através de grandes manifestações ou da greve geral ou de afirmações públicas de parceiros sociais, partidos, etc.

Ora, para haver união tem que haver vontade de aproximação, de sensibilidade para ouvir e sentir o pensamento da população, tal como fez o Papa Francisco ao ir ao encontro da Juventude Mundial e do povo brasileiro. Os governantes, se não encontrarem exemplo melhor, sigam o de Sua Santidade, lendo, ouvindo e meditando as suas palavras difundidas por diversos órgãos de Comunicação Social. E em vez de «união nacional», falem de convergência de todos, amor a Portugal, bem nacional, etc tudo menos despertar fantasmas indesejados.

Seria bom que seguisse os conselhos de colegas de partido, que só falasse quando tivesse algo de importante a dizer, que não fosse apenas palpite ou vago sonho e que, antes de falar, se preparasse bem a fim de evitar banalidades inconsistentes e efémeras que depois não são concretizadas.

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sábado, 13 de julho de 2013

O Presidente das Falácias

Portugal é uma sociedade que vive na mentira e da mentira numa corrupção contínua onde quem melhor mente é quem ganha por o povo desmiolado nem se dar conta e em lugar de reflectir pelos seus próprios meios se limitar a papaguear o que os que o usam lhe impingem. As falácias deste mostrengo já vêm de há décadas. Os desmiolados papam-nas e querem mais. Ele dá.

Coelho e Seguro, dois imbecis saídos da escória formada pelos Jotas, agarrados e capazes de pôr as mães numa casa de passe para acudir aos interesses partidários. Dos interesses nacionais nem se fala.

Claro que eleições agora, ao contrário do que o Coveiro Cavaco ladra, seriam úteis porque acabariam com a instabilidade do governo e com a crise política que criou no seu seio, mas que estava escrita na sina deste governo e que jamais conseguirá ultrapassar. Pelo que se observa é este um constato inegável, pelo que os que afirmam o contrário só o podem fazer na clara intenção de salvar o partido em prejuízo do país e dos seus cerca de 10.000.000 de habitantes. Uma oligarquia contra 10.00.000. Daí, o discurso desse miserável energúmeno que afundou Portugal só poder ter sido uma orquestração da mais ordinária qualidade mentirosa com a sua conhecida baixeza e vil falsidade.

Não é provável, mas certo, que qualquer outro governo, independentemente da sua política, acabaria com a instabilidade que este gerou. Qualquer governo capaz e que não estivesse apenas obcecado para se aproveitar da situação para aplicar os seus princípios neoliberais, que superam de longe as exigências da Tróica, como um dos seus membros contestou às inculpações do Cavaco no ano passado (também foi abafado pela desinformação jornaleira e anti-social), desenvolveria o país em lugar de lhe cortar as pernas para mais facilmente alcançar os seus objectivos neoliberais. Não são incompetentes, mas muito capazes e preferem que assim os julguem para evitarem uma oposição muito mais forte às suas obras. Ainda ouvimos de novo o psicopata a falar de si na terceira pessoa, e manter a crise política! Perguntem de que sintoma se trata a qualquer psicólogo ou psiquiatra.

Por outro lado, os portugueses esforçam-se em dar razão à ideia que que psiquiatras e os outros europeus têm deles: atrasados mentais. Choram, lamentam-se, reclamam, mas em lugar de tomarem as medidas necessárias para a exterminação da corrupção, do roubo e da impunidade dos políticos, aprovam a escumalha votando nela, convencidos de que a substituição de um governo por outro poderá melhorar alguma coisa ao descalabro a que chegámos. Chegaram a um ponto que nem nisso acreditam, mas como atrasados mentais que são, continuam a insistir em perpetuar aquilo de que se queixam e reclamam. [Este facto é independente da necessária substituição do presente governo pela instabilidade interna que ele próprio gerou e pela sua política neoliberal em aumentar desmesuradamente o já maior foço entre mais ricos e mais pobres da UE]

Dizer que Portugal é uma democracia representativa é outra causa de sermos tomados por atrasados mentais. As eleições são burlas, tão conhecidas que se auto-explicam pelo tão conhecido uso das listas e de promessas até contrárias à doutrina ou crença daqueles que as fazem, como se viu no burlão do Coelho, prometer tudo aquilo que sempre renegara. Aliás, foi a única ocasião em que mentiu a esse propósito, tendo até então, a esse propósito, sido sempre honesto aos seus pruncípios.

Não há representação em que os representantes (mandatários) façam o contrário do que querem aqueles que representam (os seus mandantes) e eles propuseram durante as eleições em forma de burla, pois que foi nessas bases que neles votaram e os elegeram. Pode, pois, afirmar-se como provado que Portugal não pode ser, deste modo, uma democracia representativa. Os eleitos não representam os eleitores Crer que sim é outra razão a juntar às que nos fazem ser tomados por atrasados mentais.

Para acabar com a corrupção, a ladroagem e a impunidade politicas só há um caminho: aquele que seguiram os países que conseguiram obter resultados positivos nesse sentido. Se se copia tudo o que está errado, porque não copiar o que está comprovado como certo? Resposta fácil: só se copia aquilo que não seja contra os interesses partidários, e a adopção deste caminho certo iria matar a galinha dos ovos de ouro dos políticos, acabando-lhes com a impunidade garantida no roubo, decisões tomadas às escondidas da nação e só conhecidas depois, etc. Controlo dos políticos, julgamentos pelos seus crimes e responsabilizá-los pelas suas acções e crimes? Jamais eles o admitirão! Só à força. Sobretudo por estarmos num país de autênticos atrasados mentais, em que os eleitores votam incondicionalmente porque «é democrático votar» e votam estupidamente convencidos que substituir um governo por outro pior trará melhoras ao país. É realmente estupidez crassa que após tantos governos que votaram, os novos são geralmente piores do que os anteriores. Desta última vez, após o indesejável e arrogante Sócrates veio um bem pior ao lado do qual o próprio Sócrates parece um santo. Por este caminho, que se seguirá ao Cavaco e ao Cadastrado?

Sem controlo dos governantes pelo povo não há, nunca houve nem pode haver democracia, pois que é isso que a palavra significa. O que temos é um sistema oligárquico em que associações de malfeitores organizados em famílias mafiosas sob a forma de oligarquias políticas controlam o país. Como não o vemos nem compreendemos, é outra causa de sermos atrasados mentais. Um povo a quem o marketing político em defesa duma classe criada ao arrepio da democracia — a dos políticos — sugou a pouca capacidade de reflexão que ainda havia nos seus cérebros já atrofiados, amplamente demonstrado pelos seus gritos de liberdade, não deles mas dos que se preparavam para lhes pôr a grilheta. Porque quem viveu anos no regime anterior conheceu e sabe que havia muito mais liberdade, excepto para uma minoria de políticos e jornalistas. Ora são precisamente os que agora mais nos prejudicam usando da sua liberdade para nos tirar a nossa, os segundos entregando-nos nas mãos dos primeiros por nos ocultarem como funciona uma verdadeira democracia e nos fazerem crer que democracia é o que a nova classe nos dá. Um povo de cobardes dos mais fáceis de domar com a mais simples grilheta mental. «Cada povo tem o governo que merece» e «quem morre porque quer não se lhe reza por alma». Sofrerão pela sua cobardia profundamente na carne e por gerações. Se esta classe não que abdicar a bem terá que que ser a mal.


Discurso integral do Coveiro da Nação

Estranhamente, ou talvez não, algum miserável servente da presidência colocou, na página de entrada, um link para esta página com o seguinte texto: «Comunicação ao País do Presidente da República». Iletrado ou a querer dizer que o pais era propriedade do PR (ao País do Presidente da República)?



Adenda

Analise-se a opinião sobre aquilo a que os portugueses chamam democracia — razão principal por que são considerados atrasados mentais pelos outros europeus — e como os políticos se comportam, exprimida por um conhecido e rico filantropo, simpatizante do PSD do tempo em que este era socialista (tal como o nome e a tradição definiram) e depois se virou neoliberal ferrenho.
Entrevista da RTP


Este e outros artigos também nos blogs do autor (1 e 2).

quinta-feira, 11 de julho de 2013

A SAÚDE MENTAL DOS PORTUGUESES


Transcrição do artigo «
A Saúde Mental dos Portugueses» do médico psiquiatra Pedro Afonso, publicado no Público em 21 de junho de 2010

Alguns dedicam-se obsessivamente aos números e às estatísticas esquecendo que a sociedade é feita de pessoas.

Recentemente, ficámos a saber, através do primeiro estudo epidemiológico nacional de Saúde Mental, que Portugal é o país da Europa com a maior prevalência de doenças mentais na população. No último ano, um em cada cinco portugueses sofreu de uma doença psiquiátrica (23%) e quase metade (43%) já teve uma destas perturbações durante a vida.

Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque assisto com impotência a uma sociedade perturbada e doente em que violência, urdida nos jogos e na televisão, faz parte da ração diária das crianças e adolescentes. Neste redil de insanidade, vejo jovens infantilizados incapazes de construírem um projecto de vida, escravos dos seus insaciáveis desejos e adulados por pais que satisfazem todos os seus caprichos, expiando uma culpa muitas vezes imaginária.

Na escola, estes jovens adquiriram um estatuto de semideus, pois todos terão de fazer um esforço sobrenatural para lhes imprimirem a vontade de adquirir conhecimentos, ainda que estes não o desejem. É natural que assim seja, dado que a actual sociedade os inebria de direitos, criando-lhes a ilusão absurda de que podem ser mestres de si próprios.

Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque, nos últimos quinze anos, o divórcio quintuplicou, alcançando 60 divórcios por cada 100 casamentos (dados de 2008). As crises conjugais são também um reflexo as crises sociais. Se não houver vínculos estáveis entre seres humanos não existe uma sociedade forte, capaz de criar empresas sólidas e fomentar a prosperidade.

Enquanto o legislador se entretém maquinalmente a produzir leis que entronizam o divórcio sem culpa, deparo-me com mulheres compungidas, reféns do estado de alma dos ex-cônjuges para lhes garantirem o pagamento da miserável pensão de alimentos.

Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque se torna cada vez mais difícil, para quem tem filhos, conciliar o trabalho e a família. Nas empresas, os directores insanos consideram que a presença prolongada no trabalho é sinónimo de maior compromisso e produtividade.

Portanto é fácil perceber que, para quem perde cerca de três horas nas deslocações diárias entre o trabalho, a escola e a casa, seja difícil ter tempo para os filhos. Recordo o rosto de uma mãe marejada de lágrimas e com o coração dilacerado por andar tão cansada que quase se tornou impossível brincar com o seu filho de três anos.

Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque a taxa de desemprego em Portugal afecta mais de meio milhão de cidadãos. Tenho presenciado muitos casos de homens e mulheres que, humilhados pela falta de trabalho, se sentem rendidos e impotentes perante a maldição da pobreza. Observo as suas mãos, calejadas pelo trabalho manual, tornadas inúteis, segurando um papel encardido da Segurança Social.

Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque é difícil aceitar que alguém sobreviva dignamente com pouco mais de 600 euros por mês, enquanto outros, sem mérito e trabalho, se dedicam impunemente à actividade da pilhagem do erário público. Fito com assombro e complacência os olhos de revolta daqueles que estão cansados de escutar repetidamente que é necessário fazer mais sacrifícios quando já há muito foram dizimados pela praga da miséria.

Finalmente, interessa-me a saúde mental de alguns portugueses com responsabilidades governativas porque se dedicam obsessivamente aos números e às estatísticas esquecendo que a sociedade é feita de pessoas. Entretanto, com a sua displicência e inépcia, construíram um mecanismo oleado que vai inexoravelmente triturando as mentes sãs de um povo, criando condições sociais que favorecem uma decadência neuronal colectiva, multiplicando, deste modo, as doenças mentais.

E hesito em prescrever antidepressivos e ansiolíticos a quem tem o estômago vazio e a cabeça cheia de promessas de uma justiça que se há-de concretizar; e luto contra o demónio do desespero, mas sinto uma inquietação culposa diante destes rostos que me visitam diariamente.

Pedro Afonso
Médico psiquiatra

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domingo, 7 de julho de 2013

ESTABILIDADE, CONTINUIDADE OU ESTAGNAÇÃO ???


Governantes e seus apoiantes «asseguram» que a estabilidade fica assegurada com o actual acordo da coligação e que o entendimento reforça a estabilidade. Isto pode ter um significado trágico para os portugueses principalmente os mais desprotegidos.

Estabilidade faz pensar em pântano ou águas paradas, isto é, continuidade da política que, durante dois anos, nos tem entrado pelos bolsos, pela boca, e pela pele (saúde) com austeridade em ondas sucessivas cada vez mais arrasadoras. Traz à memória os termos «pântano» usado pelo PM António Guterres, o de «Tanga» escolhido pelo PM Durão Barroso que se esquivou na primeira oportunidade e por outras situações ulteriores de que a urbanidade não me permite referir em público a adjectivação mais usada comummente.

Por outro lado as despesas da manutenção da máquina opressora do Estado, criadora de parasitas, de burocracias exageradas propiciadoras de corrupção em todos os níveis e desbaratando o dinheiro dos impostos ao mesmo tempo que enriquece uma «elite» cúmplice e conivente com o Poder, aumentando a injustiça social. E nunca mais se ouviu falar na REFORMA ESTRUTURAL DO ESTADO, já mencionada há cerca de dois anos.

E, o que se apresenta com grande gravidade, as pequenas mudanças que surgem não são motivadas pelos interesses nacionais, colectivos, dos cidadãos, mas sim por meras questiúnculas que procuram benefícios bem orientados para oportunistas sem escrúpulos. Por isso, se a estabilidade pode não ser um maná colectivo, as pequenas mudanças também não o serão. E continuaremos a aguardar uma alteração profunda da Constituição Portuguesa e uma adequada e modernizadora Reforma do Estado.

Assim, o novo acordo da coligação não parece augurar grande «opulência» aos portugueses, antes os faz augurar muitos atritos na cooperação entre dois teimosos e sem palavra credível, pelo que deve haver muito cuidado com as seis incógnitas do acordo.

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