quarta-feira, 19 de maio de 2010

Comboios de Alta Velocidade Ultrapassados

Após mais de um ano de conversações para a sua junção, a British Airways e a Iberia chegaram a um acordo em 12 de Novembro p.p., no intuito de travarem a queda de vendas relativamente à cada vez maior concorrência. A British Airways ficou com 55% do consórcio. Esta união ficará completa no decorrer de 2010.

Um dos planos que a nova associação tem no saco para angariar mais passageiros é o de novas tarifas de voos inter-cidades iguais às dos mesmos percursos ligados por via férrea. Propõem-se conquistar os actuais passageiros dos comboios de alta velocidade (CAV, em português – não sendo franceses não se compreende o uso de TGV).

Como os CAV espanhóis são do estado, tem-se levantado um grande susto para o governo quanto aos CAV, que se prevê esvaziarem-se num futuro muito próximo, caso a concorrência com as companhias aéreas continue como se prevê. Com efeito, as tarifas aéreas tendem a descer mundialmente segundo a maior ou menor concorrência regional.

Em Portugal, o Partido Socialista (que não o é) e ainda aquele que se intitula falsamente como Social Democrata pretendem construir novas linhas para CAV. De admirar? Não, quando as novidades chegam a Portugal já são velhas e obsoletas por outras bandas. É o costume, mas não só.

(Esta afirmação sobre a ideia do PSD é correcta. Embora ele o negue ao sabor do vento, não só foi o autor da ideia como a Manela Leiteira afirmou para quem quisesse ouvir que apenas estava suspensa. Isto parece ainda maior idiotice que a do PS. Se a sua construção se processasse durante a maior baixa da crise, criaria riqueza e emprego quando mais se necessitassem. Deixando-a para mais tarde, justifica-se muito menos a necessidade da dívida desnecessária que impreterivelmente acarretaria em qualquer altura.)

É um novo problema, por si só de envergadura, a contrariar as ideias de políticos e economistas de meia tigela, incapazes e irresponsáveis. Estes acontecimentos, num desenvolvimento natural da vida real, vêm tornar esses comboios obsoletos desde o início do projecto e garantir que jamais terão passageiros em número suficiente para os tornar rendáveis, caso a concorrência dentro do país venha a concretizar-se como nos outros. Todavia, a experiência e a junção à União Europeia dizem-nos que, mais cedo ou mais tarde, tal acabará por acontecer.

À parte este caso, existia até agora, efectivamente, uma ligação que poderia ter alguma justificação, a de Lisboa a Madrid, pela única razão que se tratava dum percurso mais longo, com cerca de 700Km e que, em continuação, ligaria de Madrid para outras cidade ou ainda para lá dos Pirenéus, para o resto da Europa. Outras ligações, com cerca de 300Km ou menos não têm qualquer justificação nem utilidade. Estas compreendem as linhas Lisboa – Porto, Porto – Galiza ou qualquer outra interna ou para Espanha.

O governo prepara-se para ir para a frente com a ideia idiota que herdou directamente dos que a conceberam: o PSD. Diga-se o que se disser, é indiscutível que tal obra criaria riqueza e emprego no país. No entanto, a desproporção do projecto, a sua verdadeira inutilidade, o seu pesado custo e consequência futuras por falta de rendimento devido à sua desnecessidade, tornam a obra insuportável, obliterando qualquer vantagem actual pelos prejuízos futuros.

O governo – nenhum governo – tem o direito de contrariar os seus eleitores. Foi eleito para representar a vontade dos eleitores e não a de contra ela agir. Agindo contra ela, deixa de os representar, pelo que perde a sua legitimidade. A teimosia dum qualquer governo ou parlamento em agir contra a vontade dos eleitores não lhe acrescenta qualquer legitimidade, tira-lhe a que tinha. Nenhum deles pode convencer-nos agarrando-se teoricamente à sua eleição para justificar o injustificável.

Nestas circunstâncias não se compreende a relativa passividade patenteada pela falta de reacção em que nem se encontram petições para travar mais uma ruína futura para o país.

De precisar, como anteriormente citado, os grandes trabalhos criam riqueza e emprego. Caso não se tratasse duma birra de estúpidos completamente desnecessária, por demais com tão forte apoio e incitação da União Europeia (facto maliciosamente escondido por tantos espertalhões) seria tão útil como foram os grandes trabalhos que se efectuaram nos EUA na época da sua maior recessão e desemprego de entre as duas guerras e jamais verificados nessa nação. Os grandes arranha-céus (ex.: Empire State Building, as grandes pontes (ex.: Golden Gate), auto-estradas e caminhos de ferro são quase todos obras dessa época.

De notar ainda mais que uma indústria que não tem qualquer utilidade futura – a do armamento militar de guerra --- foi a que ajudou ainda mais os EUA a saírem da sua crise e Adolfo Hitler a tirar a Alemanha da miséria profunda em que a perda da Seg. Guerra Mundial e relativa dívida a tinham deixado, em que muita gente chagava literalmente a deitar o dinheiro pela janela fora – do nunca visto – pois que de um dia para o outro perdia quase todo o seu valor.

Foi a acção de Hitler para tirar a Alemanha deste poço lhe valeu o apoio geral da população, para quem não tenha compreendido o seu triunfo político. Acabou com o que na altura mantinha a Alemanha numa das maiores misérias europeias e mundiais – a construção do armamento de guerra e o trabalho incansável, dedicado e patriótico do povo trabalhador alemão.

À luz destes conhecimentos escondidos por difamadores e outros biltres falsários, até pelos próprios debochados ex-ministros das finanças a quem Portugal tanto deve a sua situação financeira actual, que pensar de quem pretenda contrariar a história e a experiência e reescrevê-las à conveniência das suas ideias ou opiniões?

Se é certo que o CAV é uma utopia e loucura para Portugal, por outro lado mentir tão estúpida e descaradamente por aqueles que deviam saber melhor e que, existindo razões reais, concretas e fundadas para se estar contra, vão buscar falsidades e patranhas como simples ignorantes e reles ordinários. Que crédito nos merece esta gente animalesca? Com que consideração quererão eles serem tratados. A consideração deve merecer-se e eles não se contam entre os que a merecem, são piores que um bando de porcos.

Porque se comportarão, então deste modo degradante? Se houver outro motivo para além de estarem certos que todas as mentiras passam por o povo estar embrutecido e ter sido feito ignorante pela contínua desinformação da bandalheira jornaleira e mananciais de mentiras e falsidade de políticos corruptos, que o digam aqui.


Este e outros artigos também publicados nos blogs do autor (1 e 2).