segunda-feira, 29 de junho de 2009

Contradições ou anedotas?

É difícil saber o significado das palavras, porque a sua aplicação é, muitas vezes, oposta ao conceito que delas tínhamos. Foi criado o «portal para a transparência das obras públicas» pelo Instituto da Construção e Imobiliário (InCI), organismo público que ficou responsável pela execução do Código dos Contratos Públicos. Esse portal seria destinado a publicitar todos os ajustes directos e derrapagens, em nome da transparência e do rigor no uso dos dinheiros públicos.

Porém, de transparência, apenas tem a palavras no meio do título pois sofre de um mal congénito de opacidade e falta de clareza, dado que a sua criação surgiu numa adjudicação sem concurso público, estando a ser desenvolvido pela Microsoft, num contrato sem transparência e onde já há derrapagens.

Como se trata de uma notícia com pormenores técnicos, sugere-se a leitura do artigo no Público para o que será suficiente fazer clique aqui.

Contradições ou anedotas?

É difícil saber o significado das palavras, porque a sua aplicação é, muitas vezes, oposta ao conceito que delas tínhamos. Foi criado o «portal para a transparência das obras públicas» pelo Instituto da Construção e Imobiliário (InCI), organismo público que ficou responsável pela execução do Código dos Contratos Públicos. Esse portal seria destinado a publicitar todos os ajustes directos e derrapagens, em nome da transparência e do rigor no uso dos dinheiros públicos.

Porém, de transparência, apenas tem a palavras no meio do título pois sofre de um mal congénito de opacidade e falta de clareza, dado que a sua criação surgiu numa adjudicação sem concurso público, estando a ser desenvolvido pela Microsoft, num contrato sem transparência e onde já há derrapagens.

Como se trata de uma notícia com pormenores técnicos, sugere-se a leitura do artigo no Público para o que será suficiente fazer clique aqui.

domingo, 28 de junho de 2009

Reformas douradas


"O terceiro maior accionista do BCP e presidente do Conselho de Remunerações do banco, Joe Berardo, afirmou, este domingo à TSF, que não se conforma enquanto uns enfrentam dificuldades, outros continuam «a viver à grande e à francesa».Joe Berardo refere-se, deste modo, ao facto de Jardim Gonçalves, que abandonou a presidência do BCP há ano e meio, continuar a ter regalias de luxo."
"O ex-homem forte do BCP, Jardim Gonçalves, reformado do banco desde o final de 2007, continua a utilizar o avião alugado e pago pelo banco para uso pessoal - um Falcon 2000, que é alugado anualmente pela instituição financeira à Heliavia, empresa de Hipólito Pires, revela o «Diário de Notícias».O contrato compreende o pagamento de um determinado número de horas de voo por ano, utilizadas para deslocações da administração e quadros de topo do BCP, para diferentes locais, nomeadamente para os países onde a instituição possui subsidiárias, como Polónia, Grécia, Roménia, Turquia, Moçambique e Angola."
Esta situação é mais uma afronta a um sector que se diz em ruptura.
Casos como estes abundam em Portugal, desde directores que recebem 7.500,00€ para lerem os jornais até directores financeiros que fazem festanças em casa à conta das empresas onde trabalham,empresas que renovam as frotas automoveis mas depois não aumentam os funcionários. Tudo isto em cunivência com este governo terceiro-mundista que financía os mafiosos e que tudo rouba ao trabalhadores.

terça-feira, 23 de junho de 2009

A Banha da Cobra

Estava a chegar à mata de Monsanto, do lado da Ajuda, levando o cão a vacinar no hospital da Faculdade de Medicina Veterinária. Ao ouvir uma notícia na Rádio Renascença, dei uma gargalhada tão estrondosa que se devia ter ouvido do outro lado da mata, lá para a Boavista ou para Benfica.

Diziam que a Manela Leiteira não queria ganhar as eleições com maioria absoluta. Quem, com dois dedos de mioleira, mesmo balofa, poderá acreditar em tal impostura monstruosa? Monstruosa, vindo dum monstro cheio de falsidade e de acumulada malandrice. Puro marketing incontestavelmente pensado e dirigido às mentalidades subdesenvolvidas da grande maioria dos eleitores que mostram desconhecer as intenções da máfia oligárquica política. Se assim não fosse não permitiriam a iniquidade, a corrupção e o proveito impune dos crimes e dos roubos dos políticos. Cada povo tem o governo que merece, ditado bem conhecido, mas igualmente bem escondido por politiqueiros e jornaleiros.

Não estamos em qualquer país democrática, social e mentalmente avançado para que um governo formado por uma coligação de vátios partidos seja aceite por eles e ainda menos num em que os eleitores não votem só em dois deles. A Finlândia, por exemplo, sempre tem sido governada por coligações múltiplas. Há uma dúzia de anos a coligação governamental compunha-se de 14 partidos. Só pode acontecer em países civilizados; em Portugal é impensável. Essas coligações não seriam capazes de governar, impedidas pela ganância, incivilidade endémica e malvadez dos políticos, que põem impreterivelmente os seus interesses à frente dos do país. Como o partido no governo não teve, em geral, mais de 40% de votos, os restantes 60% são deitados ao lixo para satisfazer a ganância e a incivilidade dos animais que nos governam.

A Manela deu-nos, pois, a conhecer a sua táctica eleitoral: mascarar-se em avó do Capuchinho Vermelho. Pintar um falso quadro de modéstia para lograr os eleitores. Ou cozinhar-lhes uma iguaria extremamente atraente e apetitosa, mas onde não faltam os mais perversos venenos. É o lobo do Capuchinho Vermelho disfarçado na avó, velha história contada às crianças precisamente para as fazer pensar e não caírem exactamente neste género de logro. Os portugueses, porém, não aprenderam esta fábula e nunca a conseguiram assimilar. É tão simples e os papalvos caem como moscas em sopas de mel envenenadas.

Como qualquer outro político digno desse nome (falso), também ela, naturalmente, tem conselheiros de marketing político. São profissionais altamente classificados e capazes. Estudaram bem a mentalidade dos eleitores para os poderem enganar facilmente. É a sua profissão, são mestres na falsidade que ensinam aos políticos menos experientes e mesmo aos outros.

A Leiteira reclama de muitos assuntos do governo do país, muitos deles com bastante razão. No entanto, só o faz por ronha e ganância e não por interesse no país. Se assim não fosse, em lugar de dizer disparates apontava o erro e apresentava uma solução melhor, mas isso não faz ela.

Não o faz, sobretudo porque em sua mente as soluções são aquelas do governo de que ela própria fez parte. É o comboio para o inferno, ideia que o seu partido pariu e que agora, apenas para se opor, contraria. Ou estariam doidos quando anunciaram a triste ideia? É um bando de vira-casacas e idiotas que contraria as suas ideias por não saber o que quer que nos quer governar? Melhor levar-nos o diabo! E o aeroporto, de quem foi a ideia que agora repudia? Então, há apenas quatro anos essas obras megalómanas não iam endividar o futuro da população!? Afinal, é um bando de idiotas sem noção do que quer. Para o manicómio com eles antes que nos tirem até a tanga com que ainda nos deixaram.

Não se compreende que tamanho animal reclame do raro de bem feito da autoria do presente governo e nos esconda maliciosamente tudo o que anunciou oficialmente quando lá esteve. Imagine-se só o que nos teria acontecido: o comboio já estaria quase a andar, o aeroporto iria pelo mesmo caminho, a Segurança Social deixaria de ser solidariedade mutual, as escandalosas pensões maiores não seriam tocadas, enquanto que só quem pudesse descontar privadamente teria direito a pensão, a fossa entre ricos e pobres aumentaria muito mais que com o Sócrates. Tudo isto foi oficialmente anunciado. Só estúpidos crassos o esqueceram ou se atrevem a negá-lo.

O Sócrates é realmente do piorio; cabeçudo, arrogante, impetuoso, não dá ouvidos a ninguém e não se interessa dos interesses do povo, traindo os que o elegeram. Toma decisões contra os Direitos Humanos que lhe valem críticas da Human Rights Watch. Todavia, a Manela Leiteira consegue superá-lo de longe, mesmo tendo adoptado a máscara do lobo do Capuchinho Vermelho. O seu governo assassinou imensos pobres por lhes ter retirado os medicamentos e todos os auxílios monetários, deixando-os unicamente entregues ao banco alimentar. A Santa Casa, sob a administração da Mizé das Nozes Pintainho, do CDS, cumpriu à letra esse plano de matança.

Porque não nos fala ela de tão abundantes casos? Num país com mais de 20% de gente a viver na miséria são certamente assuntos de grande interesse nacional.

Como já se tornou hábito, ficamos mais uma vez sem ter em quem confiar para dar o nosso voto. Os portugueses sofrem de amnésia suicida. Rapidamente se esquecem de quem que os rouba, lhes tira os empregos e as casas e acabam sempre por votar neles. Uma vez numa quadrilha outra vez na outra. Outros, nem chegam a compreender nada disto.

Para quando as coligações de vários partidos em que se vigiem uns aos outros no interesse do país e para que haja um equilíbrio na política? Com a recente votação em coro sobre o financiamento dos partidos, ficou provado que em todo o parlamento só havia um político honesto. Todos os restantes ou são ladrões ou apoiam os ladrões. Os partidos (e portanto os governos) são formados por autênticas associações de criminosos.

domingo, 21 de junho de 2009

Dois relógios confundem

Li algures que um homem com um relógio sabe que horas são. Mas um homem com dois relógios não sabe a quantas está.

Curiosamente, encontrei hoje um título de jornal que parece ter sido inspirado em tal pensamento «quem tem duas caras não tem cara nenhuma». O interlocutor fica sem saber em que relógio acreditar ou que cara deve merecer mais credibilidade, ou se alguma delas a merece.

Não se pode encarar as dificuldades da vida, da profissão ou do cargo público mudando de cara. Do conjunto dos defeitos e das eventuais virtudes que se e tenha, a coerência e a forma como cada um responde perante as dificuldades é que marca a sua personalidade, o seu desempenho e o mérito que gera mais ou menos confiança no espírito dos outros.

O vendedor de um produto não deve apresentar-se perante os eventuais compradores como um camaleão que muda de cor ou um artista de teatro que, por artes mágicas, passa da pele de lobo para a pele de cordeiro, de animal feroz para os morangos com açúcar, porque isso gera desconfiança acerca da qualidade do produto oferecido.

Os consumidores, de alimentos ou de ideias, já sabem que as aparências iludem e já caem menos em esparrelas de estratégias publicitárias e de comercialização. Quem é enganado uma vez aprende a ser mais cauteloso com promessas promocionais e bónus de lançamento de novos modelos.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

As sete maravilhas

Divulgar as maravilhas que os portugueses de antanho construíram pelo mundo além constitui uma boa promoção para o turismo de cada um dos Países onde elas se encontram. Também contribui para encher o ego balofo dos portugueses de hoje e, é preciso dizê-lo, em consonância com os principais discursos de ontem, que tabém vem criar frustração nos portugueses que usam livremente o sua capacidade de raciocinar, porque constatam que hoje, em comparação com os séculos XV e XVI, somos uns inválidos que vegetamos alegremente em ostentações voláteis e em consumismos de imitação competitiva, sempre com os olhos no subsídio nacional ou da UE.

Ao dedicarmos muita da nossa atenção às glórias dos nossos antepassados, sem lhes seguirmos os bons exemplos podemos não estar a «resistir à tentação de nos apropriarmos do passado e dos heróis, a fim de desculpar as deficiências contemporâneas», como referiu ontem António Barreto. Seria mais útil ao Portugal de hoje e de amanhã fazer um esforço sério para recuperar a perenidade das grandezas da nossa história.

Mas que vemos hoje? Um «Rei» a ocupar o seu tempo de oratória numa conferência intercontinental do mais alto nível, a fazer propaganda de um mini computador que de português pouco mais tem que o nome e a mão-de-obra da montagem, em vez de fazer um discurso de elevada importância geopolítica e geoestratégica em defesa dos interesses de Portugal, o que era o seu dever, porque a propaganda devia ser feita por um dos seus marinheiros de terceira (usando a comparação com os descobrimentos).

Se nos descobrimentos foi levada a língua lusitana a todas as partes do mundo, hoje tal exemplo não é seguido, hoje vemos esse exemplo esquecido e menosprezado assistindo a um alto representante da Nação fazer no país vizinho um discurso num linguajar que era uma mistura de portunhol com espanholês, não entendido por ninguém, mas aplaudido por todos pelo inusitado ridículo.

A divulgação das grandes obras realizadas outrora, na mesma data em que se homenageia Camões deveria servir «para melhor ligar o passado com o futuro», para clarificarmos os bons exemplos daí extraíveis e reabilitar os valores esquecidos, porque «os portugueses precisam mais de exemplo do que de lições morais», de «sermões», de «declarações solenes», de «discursos pomposos».

São precisos exemplos de pessoas altamente colocadas capazes de «constituir um estímulo, uma prova de que somos capazes de vencer, mesmo perante os maiores desafios ou as piores adversidades» como disse o PR, mas vencer com honra e dignidade e não como muitos ex-políticos que na ânsia do enriquecimento rápido enveredaram por negócios escuros e ilícitos.

É urgente que se difunda a cultura do mérito e da excelência, que se dê a conhecer as maravilhas que foram construídas pelos idos no rectângulo e o que tem sido feito em variados sectores, por forma a estimular os jovens de hoje a seguirem os melhores exemplos de gente séria e muitas vezes anónima que vive num envelope de humildade, sem alarde, a fazer obra válida para os vindouros. Se a Comunicação Social for pelo interior, encontra muitos casos altamente positivos, alguns dos quais foram referidos aqui, aqui e aqui, além de outros.