segunda-feira, 28 de setembro de 2009

A FALÊNCIA DO SISTEMA

O constante elevado abstencionismo, verificado em consecutivas eleições, começa a acentuar uma dúvida imperativa: será que estará em causa a legitimidade democrática representativa?

Caso a abstenção se mantenha teimosamente neste patamar (40%) ou venha a subir até níveis mais elevados (60, 70, 80%) em próximos actos eleitorais, como deverá ser entendida a mesma? Uma falência do sistema político vigente? E qual a marca que obrigará definitivamente a assumir-se o facto como tal e a necessidade de procurar formas alternativas a este sistema político podre de corrupção, oportunismo e chupismo, em que os cidadãos cada vez mais descrentes manifestam o seu descontentamento recusando-se sistematicamente em votar?

É altura de se começar a pensar seriamente no assunto e estudar formas práticas e alternativas ao sistema vigente. Uma delas seria a democracia directa, que traria inúmeras vantagens em comparação com a democracia parlamentar. De uma coisa livrar-nos-íamos certamente: de políticos que utilizam o “mandato” que o Povo lhes atribui, segundo eles legitimamente, para fazerem negociatas, alimentarem lóbis e compadrios e “governarem” a seu belo prazer os destinos de quem apenas se lhe pede para depositar o voto numa urna de 4 em 4 anos e nada mais.

sábado, 26 de setembro de 2009

Um Voto Mais Democrático

Não, se é mais democrático não pode ser em Portugal. Por vários motivos, dos quais os principais são os mencionados nos dois parágrafos seguintes.

As pessoas não têm cultura democrática. Desde que voltaram a poder votar em quem quisessem julgaram logo que já sabiam tudo e que sempre o souberam, mas só não o puderam fazer. Que obtiveram imediatamente a mesma prática dos que cresceram em famílias de gerações democráticas.

Por mais que o afirmem, a constituição não é democrática, pois que os governos formados em consequência das eleições não representam os resultados dos escrutínios. Portanto, também não representam a vontade dos eleitores. Basta uma simples conta para nos apercebermos da diferença da democracia entre os países mais democráticos e a nossa pseudo-democracia. Nesses países, os governos são compostos pelos eleitos de todos os partidos na sua proporção se segundo as regras, como no parlamento nacional. Cá, como o partido que forma governo é geralmente eleito com aproximadamente 40% dos votos, os restantes cerca de 60% vão directamente para o lixo. No caso do governo se coligar pode fazê-lo com quem quiser e não com os que acumularam mais votos. É isto a pseudo-democracia portuguesa. Os governos representam apenas uma minoria dos eleitores (cerca de 40%), ou seja, são formados contra a vontade duma maioria de eleitores de cerca de 60%. Não representam os eleitores, não têm representação nacional. É uma constatação real e irrefutável duma palhaçada que alcunham de democracia representativa. Afirmação que, logicamente, só pode ter por trás os interesses obscuros anti-democráticos.

Na altura destas eleições, o voto útil, não para a cambada oligárquica mas para nós, só pode ser num pequeno partido e continuar assim a fazê-lo no futuro. Existe um número suficiente para praticamente todos os gostos, tanto à esquerda como à direita. Uma democracia não pode ser polarizada, nem entregar os destinos sempre aos mesmos, nem deixar uma parte dos interesses individuais e nacionais da população sem representação. A distribuição dos votos é uma das condições para a existência duma democracia. A julgar pelos resultados, o exemplo dos EUA é de longe a evitar. As maiorias governamentais e parlamentares são a evitar e aproximam qualquer regime duma ditadura arrogante.

O controlo dos políticos deve ser processado pelos eleitores, pela população e não por eles mesmos, o que é ridículo e desastroso, como se conhece por experiência. Contribui eficientemente para evitar o compadrio e a corrupção. Previne que os actos dos políticos sejam contra os desejos da população.

Um voto mais democrático, como refere o título do presente artigo é também aquele em uso na Alemanha e lá usado nas eleições deste domingo. O método está explicado num blog vizinho, onde se pode ler a descrição. Cá seria inconcebível, pois que isso limitaria a liberdade dos partidos para substituírem os votados pelos seus barões e diminuiria o tráfico de interesses ilícitos e obscuros.

Como de costume, raros são os que conhecem factos semelhantes de inegável interesse geral. Como de costume também, a culpa não recai apenas na corrupção mafiosa da oligarquias políticas que o oculta por interesse próprio, contra o interesse da população: é por elas partilhada com a jornaleirada que, na realidade, de nada serve senão para nos desinformar e fazer scoops diários, frequentemente sobre falsidades, como os da gripe A, há meses provado ser de longe mais benigna que a gripe comum sazonal. Aqui, também, os políticos não perdem a ocasião para se aproveitam para tirarem partido da desorientação provocada pelas historietas aldrabadas pela jornaleirada.

A não esquecer. Qualquer que seja o governo, impõe-se um referendo para a construção de linhas de comboio a alta velocidade e para qualquer reforma dos sistemas de Segurança Social e de Saúde. Para fazer progredir o país torna-se indispensável uma reforma da Administração do Estado, expulsando dela todos os parasitas. Tanto os militantes dos partidos que se apoderam dela e a paralisam pela sua incompetência, como os próprios funcionários que se constituíram num bando de calões incompetentes, actualmente incapazes te tratarem de qualquer assunto sem que cometam uma enchurrada de erros. Idem com os magistrados e juízes. As interferências dos políticos não podem desculpá-los pela sua arrogante incapacidade, não se misturem.

Este e outros artigos também publicados nos blogs do autor (1 e 2).

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

A honestidade Socialista




Os socialistas José Lello e António Braga são acusados de negociarem cargos em troca de financiamento partidário com o empresário português Licínio Bastos que chegou a ser detido no Brasil. O antigo cabeça-de-lista do PS pelo círculo Fora da Europa, José Lello e António Braga são acusados de negociar cargos em troca de financiamento partidário com o empresário Licínio Bastos, que chegou a estar detido no Brasil.

A acusação partiu do cabeça-de-lista socialista pelo círculo Fora da Europa nas legislativas de 2005, Aníbal Araújo, que também teve a sua campanha financiada por empresário que foi detido após a Operação Furacão que desmantelou a Máfia dos Bingos.

O deputado socialista e o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas diziam, em 2007, desconhecer se o empresário financiou o PS, contudo, em declarações à TSF, Aníbal Araújo afirmou que os dois socialistas negociaram directamente com Licínio Bastos.

Ouvido pela TSF no sábado, o ex-candidato socialista que, em 2007, afirmou não haver qualquer promiscuidade no processo, mas explicou agora que decidiu falar por causa da existência de «muito mentira que se diz e da reposição da verdade que não foi feita».

Aníbal Araújo revelou ainda o conteúdo de uma reunião que envolveu o empresário, José Lello e António Braga e onde se falou de assuntos relativos às Comunidades Portuguesas, mas também da «nomeação de Licínio Bastos para a parte das Águas de Portugal e para a Vivo».

O ex-cabeça-de-lista acusou José Lello de oferecer o consulado honorário em Cabo Frio, um lugar da administração da empresa de telecomunicações Vivo e o controlo da Águas de Portugal também em Cabo Frio e que foi alienada em finais de 2007.

Licínio Bastos, que aguarda o seu julgamento em liberdade, chegou a ser nomeado pelo secretário de Estado António Braga, em 2006, cônsul honorário de Portugal em Cabo Frio, uma cidade perto do Rio de Janeiro, acabando por ser exonerado meses depois de a sua nomeação ter sido publicada em Diário da República.

Apesar de lhe terem sido prometidos também os cargos na Vivo e na Águas de Portugal, o empresário acabou por também nunca exercer qualquer destes cargos.

Aníbal Araújo disse ainda que quer José Lello quer António Braga privaram com Jaime Garcia Dias, outros dos implicados na Máfia dos Bingos.

Numa escuta telefónica interceptada pela Polícia Federal brasileira, este elemento que faria os contactos para a extensão do negócio dos bingos e casinos no estrangeiro dizia estar em Portugal e citou os nomes de António Braga e José Lello.

A TSF tenta desde segunda-feira sem sucesso reacções de José Lello e António Braga, tendo apenas conseguido uma reacção do gabinete de imprensa do PS que, na quarta-feira à noite, fez saber que não comenta insinuações delirantes a 48 horas do final da campanha.

Aníbal Araújo, fez estas acusações numa entrevista à TSF.

In TSF

Suspeições e mais suspeições,o que é facto é que o governo socretino está cheio de casos de favorecimentos políticos. Transformaram este país num eldorado de corrupção.
Toda a gente sabe mas nada é feito e o povinho continua a pagar para estes javardos viverem como reis. Às vezes ocorre-me uma frase futebolistica: É disto que o meu povo gosta,ah e já agora anjinhos votem mais neles!!

Justiça. O que se passa com ela?

Transcrição do início de artigo do Jornal de Notícias. O título do artigo serve de link para se ver todo ele.

Apanhada outra vez a conduzir sem carta

JN. 090924. 00h30m

A PSP de Coimbra deteve ontem, pela 38.ª vez, uma mulher de 48 anos por conduzir sem carta. A antiga feirante tinha sido condenada a um ano de prisão no dia 10 deste mês por ser reincidente neste tipo de infracção. (...)

NOTA: dispensa comentário.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Voto Com ou Sem Discernimento?

Em quem votam os portugueses? Pelo resultados que se registam só podem ser masoquistas ou atrasados mentais.

Alguns dos mais votados foram:
  • O Mário Soares, aquele que mais roubou o Estado de todos os modos possíveis e por outros que ele inventou;

  • O Cavaco, o chefe da quadrilha de ladrões dos enriquecimentos do dia para a noite; mas pior ainda, aquele que esbanjou os fundos de coesão da União Europeia ou utilizou mal, provocando a miséria actual; a reestruturação faz-se de avanço e as consequências vêem-se muitos anos após, tal como a falta de médicos actual, consequência da sua enorme redução de vagas nas universidades (quantas pessoas matou com esta decisão?); proclamam que foi quando o país mais progrediu, mas as estatísticas do Eurostat revelam que se o atraso de Portugal antes da Abrilada era de cerca de 22 anos, 30 anos depois tinha passado para 52; não obstante os fundos arrecadados da UE, recebeu o governo do Mário Soares com as contas em dia e entregou-o ao Guterres com um défice de 5,2%; é obra!

  • O Porco em Pé do Rangedor foi o mais votado em Portugal nas eleições para o parlamento europeu por ser aquele que mais bestialidades diz, gesticula e berra como um capado; é aquele que diz que ética e política são coisas diferentes; afirma que ética e política são coisas diferentes; tudo isto é o que atrai os desmiolados;

O método da Manela Leiteira para obter apoio tem sido dar lições de arrogância ao próprio Sócrates e o de fazer de papão, simultaneamente contradizendo-se em tudo o que até há pouco proclamou como suas ideias; no entanto, lendo nas entrelinhas, ela já disse que se conseguir formar governo, na segunda legislatura (se lá chegar) destruirá a Segurança Social e o Sistema de Saúde, ou seja, os ricos passam a descontar menos ou nada e a fossa entre eles e os pobres – já de si de longe a maior em toda a Europa – alargar-se-á impreterivelmente.

O Sá Carneiro deve dar voltas na tomba com o que a Manela Arenque Defumado e o seu gang fizeram do seu partido. E vêm eles ultrajá-lo pespegando o nome dele nos seus comícios!

Isto não cabe no presente tópico, mas devem mencionar-se alguns pontos importantes de grande interesse para os que não se podem dispensar dos sistemas de Segurança Social e Saúde. O regime de Saúde custa tanto como o dos países avançados em que as pessoas escolhem os seus médicos e todos eles trabalham para o serviço nacional. É evidente que o problema português está na incapacidade de organização e de planeamento. A Segurança Social está em risco de bancarrota e os mais novos vão ficar à fome. O governo do Sócrates aplicou-lhe uma mezinha que de nada adianta por evitar a sua falência; o que ele fez foi uma imbecilidade crassa. A Leiteira e o Cagão Feliz anunciaram múltiplas vezes aos sete ventos como iam destruir a Segurança Social, não menos estúpidos que os outros, de igual a igual. A incapacidade de todos estes animais arrogantes é de gritos. Com efeito, os outros países da Europa também se viram em face do mesmo problema e foram capazes de resolvê-lo sem destruírem o sistema solidário e as pensões de reforma permitem aos reformados de viver. Existem sistemas ou métodos que resolvem o problema, longos a explicar, exigem maiores contribuições, como é evidente, as quais são suportadas por empregados e empresas. O problema com a Manela e o Cagão é que eles querem assassinar o sistema e fazer pagar apenas os empregados; aqueles que podem, claro. Sistemas idênticos existem mesmo em países tradicionalmente de direita, como a Suíça. O problema em Portugal é que o povo, sem cultura democrática, não é soberano e dispensa-se da aprovação das decisões políticas.

Idem para o comboio – segunda legislatura. Parece estar difícil livrarmo-nos desta treta ridícula e desnecessária para qualquer país pequeno, que nenhum o tem.

O Portas visita feiras e romarias e fala muito com toda a gente. Parece um comportamento simpático, mas apenas esconde simpático a verdadeira intenção que só pode ser a de enganar os que menos têm para o roubar e dar aos mais ricos. Francamente, que outra intenção poderia ter um partido que se rege exclusivamente por esses princípios? Sempre assim foi e em todo o mundo. Se os portugueses o desconhecem só pode ser por uma ignorância básica e crassa da realidade, como outras vezes aludido. Nem pode haver outro motivo. Um outro ponto bem esclarecedor é ele dizer que não se deve tirar o rendimento mínimo aos que quase morrem de fome, porque muitos o recebem sem necessidade. É verdade que a última alusão é certa, mas a solução que ele sugere é irracional. Se existem efectivamente muitas pessoas a receber esse abono é um acontecimento que se deve simplesmente à incompetência, relaxe e mandria dos assistentes sociais, praga geral do país. Se há erros, aqueles que os cometem que os paguem com o seu próprio ordenado. Bate propositadamente ao lado do prego por não ter um argumento plausível.

Todos os deputados menos um votaram a impunidade para roubo e corrupção da canalha oligárquica e mafiosa partidária, aprovando a lei de financiamento dos partidos. Donde, todos menos um são ladrões e corruptos. O único motivo que os leva a conquistar o governo é o roubo e não os interesses nacionais. É nesta escória que vamos votar?

Nota-se que um povo que passa os serões a «educar» a mente com Morangos e outros lixos idênticos não pode ter idoneidade nem capacidade para saber o que lhe convém. Ou então é masoquista e procura enriquecer os corruptos e empobrecer-se a si mesmo. Difícil de se ser mais bronco, quando conhecemos o seu comportamento face à pub normal, quanto mais ao marketing seleccionado e aplicado. As televisões da Europa têm muito menos publicidade precisamente porque não vale a pena fazer mais. Diga-se de passagem que as televisões nem por isso perdem dinheiro nem disso se lamentam como por cá.

De certo que uma mentalidade não se muda em pouco tempo. Por isso que tendo levado pontapés, punhaladas e sido arruinados por todos os partidos, numa altura ou noutra, vão de novo votar em massa nos mesmos, quais pobres diabos lambendo a mão que os assassina.

As maiorias governamentais têm demonstrado a sua iniquidade em muitos países, levando geralmente à arrogância do governo. Alguns têm tido coligações constituídas por mais de uma dúzia de partidos, como a Finlândia, mas em Portugal pouco mais se vota para além de dois partidos. Erro que se tem pago. Todos eles têm ideias úteis e rejeitáveis.

O que não se pode de algum modo pensar é que se um partido de bases sociais não os defende, esperar que um da direita o faça. Isto é um erro fatal e uma demonstração de profunda ignorância, cujas consequências se sofrerão inevitavelmente mais ano menos ano. A questão dos eleitores dos países mais avançados terem virado um pouco mais à direita é assunto que não cabe aqui, mas saiba-se que os seus motivos não se aplicam nem podem aplicar a Portugal, que continua com 52 anos de atraso sobre eles. A questão de um país tão miserável como Portugal e com o maior fosso entre ricos e pobres vote à direita mostra simplesmente que os eleitores aprovam a sua miséria e querem perpetuar a situação; tendo em consideração a história universal, nem pode haver outra justificação, são os princípios básicos da política. Os partidos existem para defenderem os interesses de facções.

Têm-se ouvido todos, sabe-se tudo. Quem votar neles e obter aquilo em que votou, para si e seus descendentes, não tem o direito de mais tarde vir a reclamar. Uma votação em branco em massa deve parecer o mais apropriado até aos mais incrédulos neste método. Mas em massa é em massa, enquanto apenas uma meia dúzia de nada serve.

Também publicado no blog do autor.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Consumidor responsável

Há algum tempo, a propósito da crise e da redução do poder de compra, inseri entre outros estes dois posts «Defesa do Consumidor» e «Assédio ao consumidor» achei, por isso, interessante fazer aqui referência ao artigo do Público de hoje «Escola devia ensinar alunos a serem consumidores responsáveis».

Luciana Almeida, da Rede Nacional de Consumo Responsável defendeu hoje que aprender a ser um consumidor responsável devia fazer parte do currículo dos alunos, e lembrou que os portugueses continuam a agir de forma compulsiva sem noção dos impactos dos seus actos.

Segundo ela, o consumidor não dispõe de informação adequada pelo que age de forma compulsiva sem reflectir sobre os efeitos dos seus actos: levanta-se de manhã e consome água e electricidade sem reflectir sobre esses gestos". Não há consciência dos problemas ambientais ligados ao consumo, nem na produção dos produtos consumíveis nem nos resultados do consumo, em termos de poluição da água, do solo e do ar. As próprias autarquias não estão cientes do problema, como se depreende do facto de, apesar da crise, as ruas continuarem a ser profusamente iluminadas

Um outro aspecto não directamente abordado pelo artigo é a parte económica, das finanças pessoais e familiares, afectada pelo consumismo compulsivo, de ostentação, de imitação, de competição com os vizinhos e conhecidos e de incapacidade para resistirem aos apelos da publicidade e das promoções. Muitas vezes as pessoas entram em situação de insolvência, sem darem por isso, por não terem preparação para as contas aritméticas mais rudimentares e a sua aplicação à vida corrente. Este facto é traduzido muitas vezes pela frase «o mês tem mais dias do que ordenado».

Impõe-se, por isso, dar ao ensino uma feição mais prática para ser mais útil em todas as situações da vida real desde as mais rudimentares às mais complexas.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

OS NOVOS COLONIZADORES

Países como a China, Emirados Árabes Unidos e USA, estão “comprando” todo o que é terra arável e/ou cultivável em países do chamado terceiro mundo, como o Sudão, Zâmbia, Tanzânia, ou mesmo a Rússia. Mas também o Brasil, Ucrânia, Paquistão ou Moçambique, passando por Angola, Mali, R.D.Congo, Etiópia entre outros, estão “vendendo” ao desbarato e a troco sabe-se lá de quê terrenos agrícolas. Se verificarmos a maioria destes países, nomeadamente os africanos (são os que mais “vendem”) e paradoxalmente os que mais deles (terrenos) necessitam.

Como exemplo diria que o Sudão (tem actualmente cerca de cinco milhões de subalimentados) já “vendeu” aos chineses 1.500.000 hectares de terra de cultivo, a R.D.Congo cerca de 2.800.000 hectares.

E não se pense (longe disso) que chineses, americanos ou árabes o fazem para suprimir as carências alimentares daqueles povos, fazem-no para a troco de mão-de-obra escrava, os cultivarem e levarem para os respectivos países o pecúlio das sementeiras, não sobrando nem um grão que seja para os colonizados.

Eu chamo a isto ESCRAVATURA pura e dura.

Com a conivência de governantes corruptos, os novos colonizadores vão-se espalhando por tudo o que é sítio. Por cá também existem casos semelhantes, como o descoberto à pouco tempo no Alentejo, outros haverá.

Numa sociedade capitalista, onde à burguesia tudo se tolera, não é de estranhar acontecimentos deste teor, aliás, e ainda segundo o conceito capitalista vs liberal a riqueza só se consegue à custa de mão-de-obra subserviente, ora a “ida” destes neo-colonizadores para aquelas paragens é a prova disso mesmo.
Como libertário e defensor intransigente da liberdade total dos povos, não podia deixar de acusar o actual sistema em todas as suas vertentes, pois só ele e quem vegeta à sua volta é o responsável.
# Ferroadas
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