domingo, 22 de junho de 2008

Um primeiro-ministro incomodado

Parece-me notório que o primeiro-ministro José Sócrates tem muita dificuldade em governar em regime democrático. Já quando era ministro do Ambiente no governo de António Guterres quis impor - e conseguiu - o método da co-incineração dos resíduos tóxicos em cimenteiras localizadas no nosso território, perto de localidades ou no meio de Parques Naturais. Mas, nessa altura, não passava de um simples ministro de um governo minoritário, que se explicava e fazia alianças através do seu primeiro-ministro.

Actualmente, é ele o primeiro-ministro e estes sintomas ditatoriais agravaram-se. Tomemos este exemplo bem significativo, ao qual demos destaque no Contracorrente, nesta notícia que publicámos, retirada do jornal Publico.pt. Ontem, José Sócrates recusou-se a comentar as críticas que tinham sido feitas pela presidente do PSD. Contudo não resistiu a afirmar que nos últimos três anos, ou seja, todos os que leva de governação, só tem havido da oposição "maledicência e "nenhuma proposta". Ora, no vocabulário português, "maledicência" significa "dizer mal". Mas... É evidente, se uma oposição dissesse bem, já não era oposição, não é verdade? Por outro lado, como é que se pode fazer oposição "sem propostas"? Em suma, estamos perante o permanente incómodo de um primeiro-ministro que foi eleito através de mecanismos próprios da democracia, mas que se dá mal com a prática do regime democrático.

6 comentários:

José Lopes disse...

Quem tem apego ao poder e não encara o cargo como serviço público, reage invariavelmente deste modo. Democrata ou socialista, bem, nisso Sócrates não é modelo para ninguém.
Cumps

ferroadas disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
ferroadas disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Jorge Borges disse...

Quando nos enganamos e comentamos o post que não nos interessava, temos sempre a possibilidade de deitar o texto que escrevemos no caixote do lixo do canto inferior esquerdo.

ferroadas disse...

Era para ver se estavam com atenção (estou a bricar).

Obrigado pelo toque.

Abraço

A. João Soares disse...

Mas isto mais parece uma ditadura a prazo de quatro anos renováveis. Já houve um ministro que disse na TV com muita naturalidade: «deram-nos a maioria absoluta, para nós governarmos como desejarmos» Deitaram as promessas eleitorais ao lixo, com desprezo pela própria palavra e pelo voto dos eleitores inocentes que foram levados pela cantiga.
Cumprimentos
A. João Soares