sábado, 24 de maio de 2008

CIDADÃOS DE SEGUNDA CATEGORIA NUM PAÍS DE TERCEIRA CATEGORIA


Parece que neste país de brandos costumes, ao costume de respeitar e considerar os idosos e os deficientes não se poderá aplicar o adjectivo "brando".

Diariamente em Portugal, cidadãos consagrados de pleno direito pela Constituição (ou talvez não...) são discriminados no acesso à contratação de seguros de vida, imprescindíveis para a aquisição de habitação com recurso ao crédito bancário. Ora, como está bom de ver, sem seguro não há casa e sem casa está violado um dos principais direitos constitucionais que é precisamente o acesso a uma habitação condigna.

Entretanto, autênticos exemplos aberrantes vão sucedendo, como por exemplo, o agravamento do prémio em 1100% (!!!) a pessoas deficientes, para não falar, é claro, na recusa linear das companhias em efectuarem o seguro.

O mais interessante é que desde 2006 a lei pune a discriminação de pessoas doentes e deficientes e, mais interessante ainda, é descobrir que são as próprias empresas seguradoras com capitais estatais a dar o exemplo desta discriminação.

2 comentários:

Jorge Borges disse...

Trata-se de uma situação inqualificável. O Estado, não só abdica das suas responsabilidades nesta área, como também pratica a mesma política de discriminação do sector privado.
Por exemplo, a minha mãe é idosa e eu próprio sou deficiente, os dois constituímos um lar, um "agregado familiar". Ambos vivemos (mal) das respectivas pensões, mas nenhum de nós consegue fazer um seguro de vida... Ambos pagamos o que o Estado nos exige/iu, mas o Estado não nos dá nada em troca.
Os que vivem no "limbo" da lógica economicista têm uma virtude única: não contam. De "contar": notas, facturas, estatísticas, PIB... Na Escola Primária dos nossos tempos respectivos, até se dizia: somar e diminuir e multiplicar e dividir!

Bem vindo ao Alternativas!

ferroadas disse...

Numa sociedade neoliberal de cariz fascisoide, com governantes anti-social, querias o quê.

A luta tem de ser efectiva e diária, penso que com mais actos e menos palavras as coisas ainda estão a tempo.

Abraço a todos