sábado, 25 de fevereiro de 2012

Os Carneiros Pagam a Crise Provocada Por Políticos e Agiotas
Parte I

Quantas vezes ouvimos o primeiro-ministro e outros ministros da oligarquia governamental – excepto o da economia (porque será?) – e até o coveiro de Portugal afirmarem que os sacrifícios decorrentes da aplicação do plano capitalista que dá o nosso dinheiro aos bancos é para todos. Será mesmo? Será o que se está a passar ou estaremos a ser mais uma vez vítimas do roubo descarado das máfias políticas?

Os portugueses estão habituados ao fanatismo partidário, pelo que sempre desconfiam com razão, mas mal, pois que excepcionalmente se escapam a cair como parolos nas artimanhas das oligarquias políticas. Acreditam mesmo que o dito Movimento para a Democracia Directa, iniciado por um pequeno punhado de gente honesta, não esteja comido pelo partidarismo sectário que se aproveitou desse movimento como o lobo na história do capuchinho vermelho. É verdade que ainda lá continua uma parte de democratas honestos, mas a malvadez dos outros destruiu a louvável obra dos seus fundadores. Que miséria! E há quem se que os políticos procederem de forma tão semelhante.

Esta artigo é uma sequência lógica de outros anteriores que nos avisavam sobre o que este presente viria a ser. Sobre a fonte de todos os problemas do país. Dada a desconfiança e simultânea incredulidade, muitos têm acusado estes artigos como partidaristas, tanto como atacam as más acções dum governo como as de outro de suposta – mas não verdadeira – ideologia diferente. Afinal, o que interessa não é a ideologia dum qualquer partido, mas o que ele faz pela nação ou contra ela, e neste país há muito que só se vê destruição. Os discursos dos mafiosos não passam da mais barata e ordinária banha da cobra, que convencem a maioria numa conjuntura criada com a imprescindível ajuda da jornaleiragem dominada por um conglomerado financeiro selvagem que filtra, modifica e fabrica as notícias para que estas defendam os sus interesses, aos quais as corjas oligárquicas se associaram.

Ter feito compreender a população que não necessitava mais de trabalhar por ter aderido à UE foi um crime. Deram-se-lhe os fundos de coesão que não foram directamente para os bolsos da máfia cavaquista (mais tarde também para outras máfias) em lugar de as usarem para preparar o seu futuro, agora, evitando a miséria que se vive. Simultaneamente, destruiu-se todo o tecido que de algum modo desse lucros ao país ou pudesse ser exportado. Se confrontarmos um gráfico dos montantes dos fundos de coesão recebidos da UE ao dos montantes do empréstimos contraídos pelo país, até um cego consegue ver e compreender que são simetricamente opostos, completando-se e provendo ao país a mesma liquidez que lhe permite continuar com a vida de meio-luxo sem trabalhar nem produzir. Estes gráficos juntos formam um par inseparável. Qualquer um deles apresentado sem o outro serve unicamente para iludir e ludibriar a quem os veja viúvos.

Se todos os governos seguiram esta mesma linha, como defender um contra outro, neste assunto específico que compreende ainda a falta de restruturação dos meios produtivos, sem isenção de partidarismo? Todos induziram os portugueses a endividar-se e a dar o seu já pouco dinheiro aos bancos. Todos permitiram aos bancos assaltarem a população e extorquirem-lhes o que pouco tinham, até perseguindo-os com ofertas aliciantes para lhes sacarem ainda mais. Todos os governos o fizeram ou o permitiram, pelo que todos são culpados sem excepção, embora tudo tivesse começado pelo Cavaco, o carrasco do povo e o seu coveiro. Donde se vê a estupidez crassa e espírito suicida de quem o elegeu por duas vezes. O Arrebenta, que conhece bem este processo e tão magistral e fielmente o documenta, parece recear fazer esta última afirmação.

O ditado «cada povo tem o governo que merece» exprime aqui todo o seu significado. Se este povo continuar a julgar-se inteligente e esperto e que ninguém o engana, jamais se libertará do jugo daqueles que vivem precisamente para o enganar e roubar e que jamais quererão deixar de o dominar. Há dois caminhos para aprender: ser ensinado ou aprender pelos seus próprios erros. Para o segundo modo, porém, é imprescindível que se compreendam e admitam os erros. O orgulho que por cá se encobre com o epíteto de auto-estima tem como único resultado cegar as pessoas, impedindo-as de progredir por não saberem como ao não compreenderem os seus erros e como são atrasados e tansos. Como almejar progredir quando já se tem a si mesmo como melhor que todos?

Analisemos a desgraça para onde o país está a ser levado e se tivermos cabeça, sabedoria, compreensão e espírito democrático, ajamos em lugar de apoiarmos greves desnecessárias, estúpidas ou abusadoras, como as recentes dos ferroviários, já melhor pagos que toda a população em geral e que nos emmerdam (galicismo comum) a vida. Não têm razão de ser e há outros modos de luta mais eficientes e que envolvem toda a população e não apenas um sector marginal como este.

As mentes nacionais têm sido estreitamente controladas pelo que se lhes conta e dá a conhecer ou pela banha da cobra da corrupção política, por uma jornaleiragem imunda e indigna duma profissão que foi nobre, mas que, com algumas excepções, deviam ser passados a fio de espada. Ajudar a atirar um povo para a miséria, dizendo e revelando, modificando ou inventando tudo o que ajude a pôr e a manter uma grilheta mental de que as máfias oligárquicas têm a chave.

Que nos tentou impingir o criminoso do Coelho durante as eleições e obteve êxito junto duma maioria de retardados mentais? Porque o que era necessário, não era substituir um qualquer governo. NÃO era substituir a merda por excremento, mas controlar quem no-la tem dado para que não se continuasse na mesma dança macabra que, evidentemente, continuou. Se não se fez absolutamente nada para acabar com ela, que se esperava? Porque se queixam, então agora, se votaram e elegeram os mesmos? Porque dum partido ou doutro, são iguais: ladrões impunes. Não têm o que escolheram? Se até elegeram um cadastrado… Que gente piegas!

Que nos tentou, pois, impingir esse vigarista durante as eleições para sacar votos aos retardados mentais que se julgam espertos e com maturidade política? Será tão difícil de compreender que mudar governo só muda as moscas. Quanto mais querem sofrer os masoquistas até aprenderem?

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

O Grande Bluff

O governo cumpre tudo o que o partido apodrecido tem vindo a anunciar desde há anos: o alargamento da fossa entre ricos e pobres, que já era a mais profunda da UE. Como nos admirarmos quando o partido no governo cumpre honestamente aquilo que, abertamente ou não, sempre mostrou ser o que intencionava fazer?

Muitas outras afirmações de banha da cobra fez durante as eleições, mas faz agora o contrário. Porém, sobre esta não fez juras nem promessas, mostrou claramente a sua vontade e intenção que agora cumpre. Por muito mau que posse ser é impossível de incriminar com objectividade e honestidade. A clara intenção é a de tirar aos que menos têm e fazê-los pagar a crise que a corrupção e a ladroagem originaram a começar no governo do Cavaco (como já por várias vezes aqui exposto). Nenhum dos que se seguiram sequer tentou reverter o caminho em que o país fora lançado. Aos que mais têm nada é tirado.

Há quantos anos ouvimos o Cagão Feliz martelar sobre esses assuntos?
Os culpados são os que neles votaram e o fosso entre ricos e pobres vai continuar a aumentar.

Polémica absurda sobre a discordância do Cavaco com o Coelho. As alusões do primeiro apenas serviam para, sub-repticiamente, apoiarem as decisões do segundo. Um logro tão bem arquitectado que foi interpretado como eles desejavam.


É professor(a)? Veja esta publicação do Ministério da Educação no Diário da República.

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Tem um mês, mas como «produz efeitos a partir de 25 de Junho», exactamente um mês e meio após a eleição do governo, significa que ao ser eleito já tinha em mente sacar os falsos subsídios do 12º e o 13º mês aos professores, mas não aos políticos e amigos no próprio ministério. Por isso agora eles mudaram-lhe o nome para «abono suplementar».

Mais um, um mês depois, mas a boche nem se incomodou a disfarçar o nome.

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Há muitos mais, evidentemente, e aquele sobre os deputados já todos devem conhecer. O mal é esquecerem-se tão rapidamente e eles saberem-no bem, que as vão repetindo com a mesma impunidade.

Como nos gozam! E como gostamos ou nem damos por isso, deixamos. Eles têm toda a razão em nos tomarem por lorpas e parolos, se não atrasados mentais. Ideia do tão gabado ministro e do seu superior hierárquico, evidentemente. A crise é para pagar por todos sem excepção? Em marketing, político ou não, quanto mais se fala num tópico ou numa intenção maior é a falsidade, pois que o único intuito é o de fazer deixar passar uma decisão contra aqueles a quem se quer convencer. O grande bluff.

Freguesias, democracia ou autocracia ???


Ao longo das últimas décadas, tem havido um «crescimento» de fantasia, talvez de vaidade, de imitação e de ostentação, acima das possibilidades e das conveniências reais e passaram-se vilas a cidades, aldeias a vilas, forjaram-se freguesias e criaram-se novos concelhos como era desejado, por exemplo, em Canas de Senhorim. Recordo que em 1975 fui pressionado por conterrâneos para usar a influência de que na altura dispunha para ali criar uma freguesia. Não fui na cantiga e dissuadi os meus amigos a não insistirem nisso.

Hoje esclareceu-se a consciência de que, com as facilidades de transporte e de comunicação, bem como a rarefacção da população, há muitas freguesias que fariam bem em se fundir com as vizinhas e criar uma maior com mais peso na vida da região.

Mas os governantes, com a sua habitual inabilidade, falta de sentido das realidades e abuso da autocracia, acordaram um dia com uma ideia caprichosa e, como é seu timbre de autoritarismo teimoso, avançaram de régua e esquadro para o mapa de Portugal a retalhar o País a seu prazer onírico, sem sugerir e incentivar o estudo local de cada caso e deixar que os interessados regionais julgassem democraticamente das vantagens e aderissem à ideia da forma mais adequada para cada situação, jogando com a geografia, a orografia, a demografia, a dinâmica da micro-economia e, em suma, sem ferir os interesses das populações. O fenómeno desejado não foi preparado com a racionalidade mais aconselhável e saiu aborto, tal como aconteceu com o acordo ortográfico que quiseram impor ao idioma de Portugal, Brasil e PALOP. Há que ter presente que as mudanças exigem cortes nos hábitos e rotinas e, por isso, enfrentam sempre com resistências, sendo necessária uma cuidada explicação das vantagens para a conquista da adesão das populações, principalmente, das pessoas mais afectadas. Isto faz parte da democracia de que muito se fala mas pouco se pratica.

Nessa ordem de ideias, não surpreende que presidentes das 10 juntas de Matosinhos exijam demissão de Miguel Relvas. Aliás, eles estão a seguir os conselhos do Primeiro-ministro, pois evitam ser «piegas» e estão a ser «mais exigentes», «menos complacentes». Rejeitam o servilismo e a submissão a um ministro com cujas ideias caprichosas não concordam. O seu comportamento, embora aparentemente rebelde, sugere a pergunta, em vez de impor a sua ideia, não seria mais democrático e mais eficiente, na procura da melhor solução, proceder a um diálogo construtivo e procurar chegar a um consenso mais ajustado às realidades das populações?

A irreverência dos 10 de Matosinhos está sintonizada com os conselhos do Primeiro-ministro, a não ser que ele venha afirmar, como outros políticos têm feito, que não era isso que queria dizer.

Imagem de arquivo