A política portuguesa é fraca porque os protagonistas também o são. Disso estamos todos (ou quase) de acordo. Aliás, a mesma mediocridade também se vislumbra nos comentadores políticos (alguns na procura de tacho) e/ou nos políticos comentadores, parece a mesma coisa mas não é. A "crise" de "vocações" estende-se por tabela aos inquilinos do Palácio de Belém, onde, de aspirantes a palhaços, a ditadorzinhos falhados, tudo ou quase tudo tem passado por lá. Os últimos episódios protagonizados pelo Presidente da República de tão degradantes e sem conteúdo são a prova disso mesmo, falta de sensibilidade democrática e pior que tudo, incompetência. O mesmo se aplica ao primeiro ministro, arrogante antes, pimpolho agora, falta-lhe sensibilidade e competência, falta-lhe saber ouvir, saber viver em democracia, Sócrates dava um bom seguidor do marcelismo, com a sua prosapia de feirante, nada fica a dever a Paulo Portas, antes pelo contrário. Dos restantes é um enorme vazio de ideias e soluções, onde Ferreira Leite se destaca pelo negativismo e pelo cheirinho a primavera marcelista, aqui era uma boa acompanhante para Sócrates. Louçã é um coquete, herdeiro da alta-burguesia urbana, que tal como outros se refugiaram no Trotskismo para afagar as máguas da sua fraca existência. Jerónimo de Sousa talvez mais "genuíno" que Cunhal ou Carvalhas, mas sem a coragem do primeiro e a inteligência do segundo, tenta remar contra a maré do neo-liberalismo, apontado sempre os mesmos culpados, repetindo as mesmas frases, sem saber por vezes muito bem o que afirma, e, um enorme erro de estratégia, nunca apontar erros para dentro, para ele o partido é imaculado, o (partido) nunca se engana e nunca tem dúvidas, esquecendo-se porém que por vezes estão lá dentro os problemas. Paulo Portas é o "legítimo" herdeiro do conservadorismo e do saudosismo anterior a Abril de 1974, para além de ser um demagogo. Portas é apoiado pela grande burguesia que Cavaco alimentou enquanto primeiro ministro e que gostava de apaparicar, para além de o financiar quer em campanhas eleitorais, quer de outra natureza, (as obras megalómanas alguém as construiu, as empresa por ele privatizadas tinham destino certo, etc), Portas é o seu seguidor. Portas exterioriza demagogia pura, é um político hábil e sem escrúpulos, se fosse possível enganava-se a si próprio.
# Ferroadas
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