domingo, 1 de junho de 2008

O excesso de segurança nada garante

O Correio da Manhã de ontem trazia a notícia de que um 1º sargento do «Núcleo de Investigação Criminal» (NIC) da GNR de Alenquer encontra-se sob suspeita de participação em furtos em residência.

Outra notícia refere que, a 29 de Novembro passado, um militar da mesma força de segurança foi detido por agentes da PSP quando tentava assaltar uma agência do BPI em Sassoeiros, concelho de Cascais.

Temos que crer que se trata de excepções que não devem afectar a confiança que nos merece a generalidade dos agentes das Forças de Segurança, mas há uma razão para aqui colocar este post. É que estas notícias vêm evidenciar os riscos referidos no post «Futuro com graves ameaças à liberdade».

E estes perigos não surgem apenas de indivíduos com mau comportamento, pois o referido sargento chefiava o NIC que apresentava bom desempenho, com alta taxa de conclusão de inquéritos, com detenções e apreensão de droga e material roubado.

Isto vem demonstrar, como se disse no referido post, que há grande perigo para as nossas liberdades se forem concentradas, numa base de dados centralizada, todas as informações sobre as nossas vidas. «As fraquezas humanas não dão garantias e não permitem descartar o perigo de um funcionário operador da base de dados os utilizar para uma vingança de alguém com quem se tenha desentendido» ou para uma malandrice pior do que entrar em nossa casa, quando sabe que estamos ausentes por tempo determinado.

Perante casos tão elucidativos, devemos reagir contra a tendência de um qualquer Poder tentar controlar tudo e todos, mesmo que seja com o pretexto de nos garantir melhor segurança!

2 comentários:

Jorge Borges disse...

Caro A. João Soares,

O "Big Brother" de George Orwell já cá está, não nos enganemos. Mas quando nos afirma, atencioso e solícito, "sorria, está a ser filmado", avisa-nos que a hiper-segurança do neoliberalismo já nos olha através do frio olhar das câmaras de vigilância. Somos culpados, enquanto não provarmos a nossa inocência...
Um mundo de pesadelo a destruir.

Um abraço

A. João Soares disse...

Mas caro Jorge, não é fácil destruir o pesadelo. O povo não se une e só unido poderá obter o que lhe convém. Veja a pouca adesão ao bloqueio das gasolineiras. O povo, na sua cobardia colectiva, no seu medo atávico, na sua passividade, espera que sejam os outros a resolver os problemas e a levar-lhe a solução numa bandeja. Mas fora do povo não há outros. Por isso cada um deve fazer a sua quota parte colaborando com amigos, colegas e vizinhos. Juntos teremos força, como demonstra a parábola dos sete vimes.
Abraço
A. João Soares