segunda-feira, 16 de junho de 2008

A Censura no Euro 2008

A UEFA esforça-se por esconder o que se passa durante os jogos fora do rectângulo e até certos acontecimentos no seu próprio interior. Com efeito, entre outros que não foram emitidos, esconderam-nos as enormes fumaradas lançadas pelos adeptos, uma cena de pancadaria e não se viu o adepto croata que em 8 de Junho saltou para o terreno e correu por ele fora, com o seu cachecol estentidos entre as mão levantadas por cima da cabeça até que a segurança o agarrou e o pôs fora.

A UEFA avança que não quer que tais acontecimentos sejam vistos e possam encorajar os adeptos hooligans a repeti-los ou exagerá-los. Tenta justificar-se que não quer oferecer uma plataforma à violência e que, por demais, estas cenas não são pertinentes.
Tal não é, todavia, a opinião de Armin Walpen, director geral da Radiotelevisão Suíça (SSR SRG) nem da imprensa dos dois países do Euro. Todos eles afirmam que o dever da imprensa é de informar e mostrar, não de censurar e de esconder. O director da Radiotelevisão Suíça diz recear que os Jogos Olímpicos venham também a ser censurados. Este litígio entra já numa segunda fase. «As grandes associações desportivas tentam cada vez mais assegurar-se o domínio do som e da imagem por intermédio das suas próprias empresas de produção», declarou Armin Walpen no Sonntags Zeitung de ontem (domingo 15), considerando o procedimento como «censura». Do ponto de vista da independência jornalística é «mais que problemático» que terceiros seleccionem imagens. «A UEFA será chamada à atenção por escrito a este sujeito», acrescentoui ainda o presidente da SSR SRG. Em declarações emitidas pela rádio, Armin Walpen disse abertamente recear que esta prática faça escola. Sobre os JO de Pequim neste verão, disse que «será necessário estarmos particularmente atentos». Informou ainda que pretendia apelar à União Europeia de Radiodifusão para que ela intervenha junto das associassões desportivas.
Os noticiários das televisões francesa e suíça reproduzirm nos seus noticiários todas as imagens dos acontecimentos acima mencionados, que os seus repóprteres captaram, com grande alarido sobre aquilo que classificaram abertamente como "censura", afirmando que o dever jornalístico de informar estava a ser contornado pela UEFA por esta "censura".

Que vimos ou ouvimos em Portugal? A cada um de se recordar do que viu ou ouviu nos nossos noticiários cada dia mais desinformadores e assim poder julgar da sebosa cambada de pedantolas jornaleiros, ou não, que parece mais não fazer do que apoiar os ditos e actos dos políticos corruptos, relatando até todos os seus peidos. Que nos interessa o que se passa nos partidos? Que temos a ver, por exemplo, com a Manela Leiteira ter encabeçado um partido tão corrupto como os outros? O que nos interessa é saber que ela tenciona derstruir os sistemas de saúde e da segurança social, tal como previamente planeado pelo beato Cagão Feliz & Cia., que por se fingir beato indubitavelmente arderá no fogo do inferno. Portugal já é o país em que esses serviços têm as prestações mais miseráveis da Europa; no entanto, há quem queira fazer ainda bestialmente pior, distanciar-nos mais dos outros países e abrir mais o fosso entre ricos e pobres. O que nos interessa é o fim da corrupção e do parasitismo partidários, que os governos governem para a população e não para se enriquecerem, no seu próprio interesse e nos das empresas que lhes vão passando pelas mãos, inegável prova da corrupção com que minam o país e a administração pública, em que os postos de chefia (e não só) continuam a mudar de mão consoante o partido no governo, tal qualquer ditadura de bananas. Factos de interesse para a vida nacional não nos relatam, só o que se passa na estrumeira espanhola, em toda a Europa conhecida pelo atraso. Como as provas estão lá e bem à vista, quem será o banana que, nestas circunstâncias, acredita que Portugal é ou posssa ser uma democracia? Só atrasados mentais ou interessados corruptos o poderão acreditar ou afirmar. Quem tem olhos que veja.

5 comentários:

A. João Soares disse...

Estava a reconhecer o estilo e alguns vocábulos, mas julgava-o de férias até 27. Não quer dizer que não esteja, pois um post pode ser colocado de qualquer cibercafé!
Nada percebo de futebol, mas gostei deta referência ao «trabalho» dos jornalistas e do endeusamento que fazem dos políticos, mantendo na sombra os verdadeiros problemas que nos deviam preocupar. Querem manter o povo em «coma induzido».
Um abraço
João

Jorge Borges disse...

Concordo inteiramente com a análise sobre o jornalismo português, vendido aos interesses do partidarismo e, como tal, aos das grandes empresas.
Quanto à UEFA, é lamentável que pactue com a censura. Devemos apoiar todos os esforços no sentido de uma total liberdade de expressão nos media, ainda por cima numa Europa que se alardeia palatina das Liberdades.

Um abraço

Abrenúncio disse...

Bom artigo.
Gostei principalmente da segunda parte, que a nós diz mais respeito. Há que pôr o dedo na ferida e não nos deixarmos iludir por alienações premeditadas.
Que acabe o circo futebolístico e nos concentremos nos indices terceiro-mundistas cá do burgo.
Saudações do Marreta.

ferroadas disse...

Já o rabisquei por aí, no fascismo havia a censura "legalizada" ou seja o regime impunha a sua prosa e quem saísse da mesma era "limpo" ou seja o lápis azul funcionava.

Agora funciona uma censura mais sofisticada, ou seja a AUTO-CENSURA.

Tu tens uma "peça" para "meter" é esta a linguagem dos jornalistas (também já por lá passei), mas a mesma vai "tocar" com interesses instalados ou a instalar, então nada "melhor" que esquece-la e joga-la no caixote do lixo.

Ainda ontem, segundo ouvi no RCP (rádio clube português) o jornalista de serviço no treino da selecção, viu o mal-educado Cristiano Ronaldo, para espanto de todos abandonar o mesmo sem passar cavaco a ninguém, alguém ouviu nas TV's algo sobre o assunto?

Mentiroso disse...

Caro João Soares,
Foi isso mesmo que fiz, paguei o equivalente de €2 para colocar este post. Não só também não me interessa o futebol como não o considero um desporto, mas um jogo de profissionais que se entretêm as escoicear uma bola e arrecadam (não se pode dizer que ganham) fortunas à custa dos hooligans e dos atrasados mentais. Todavia, os grandes títulos nos jornais vêem-se bem.