Hoje, a “luta” política na democracia burguesa, trava-se nos gabinetes mofentos dos palacetes fim de século, em salões onde a burguesia de antanho organizava festas carregadas de álcool e ópio que desembocavam quase sempre em fartas orgias ou, mais grave, são as “ordens” de todo o tipo (religiosas, mafiosas, maçónicas, etc.) que tendo no seu seio a maioria da classe política actual, são estes que “delineiam” a agenda política que traçam as orientações e que definem os parâmetros a seguir. No fundo são meia dúzia de “iluminados” que com a “legitimidade” do voto, fazem o que bem entendem sempre nas costas do Povo, este só é chamado quando estes senhores o entendem e quais cordeirinhos amansados lá vão legitimar os mesmos, sempre os mesmos, depois, mais quatro anos a penar a sofrer, para voltar tudo ao mesmo.
A burguesia que apoia este status-quo não quer mudanças profundas no sistema, não lhes convém, estão bem assim, vão fazendo umas cócegas ao poder instituído, umas palavras por vezes duras mas circunstanciais, mas no fundo comem todos da mesma gamela, a gamela do Povo, na minha, na tua, na de todos nós.
Políticos e economistas, de todas as áreas, já nos vêm alertando que o ano que aí vem é de vacas magras (onde é que já ouvi isto) que a crise veio para ficar, (como o Toyota, passe a publicidade) que o cinto dos mais “desfavorecidos” vai ficar mais apertado, ao contrário, o dos mais favorecidos pode alargar um pouco. Dizem eles que têm de ser dadas mais benesses (leia-se dinheiro) ao patronato, (mais uns carritos topo de gama vão sair das linhas de montagem) a banca tem de ser financiada pois os seus donos são uns desgraçados pedintes e não têm culpa de serem ladrões, ou melhor de saberem olhar pela vidinha, dizem também que o país não necessita de investir no Povo mas sim em alcatrão e obras de fachada, onde, depois de concluídas, para além de nada servirem ainda lhes colocam uma placa com o nome do eunuco que a vai inaugurar. Enfim, é um fartar vadilagem, que o povo é sereno e não chateia e de tão parvo que é ainda legitima esta gente com o voto.
NÃO, eu digo NÃO
Não quero o meu país governado por esta gente, quero sim, o meu país, governado pelo meu Povo, este sim, são os únicos que têm legitimidade, eu quero fazer parte dos destinos do meu país, eu quero decidir, não quero que ninguém o faça em meu nome. Para isso, só o Poder Popular Revolucionário o poderá fazer, só com mudanças profundas na sociedade e nas mentalidades será possível. Por isso a minha luta (a nossa luta) será dura e longa, mas, unidos na vontade, unidos na esperança, unidos na coragem, havemos de conseguir.
Publicado também em O Libertário
5 comentários:
A democracia portuguesa é uma utopia. Sempre o foi, só que agora se vê mais claramente. A legitimidade dos eleitos não tem qualquer legitimidade: posto que não fazem o que os seus eleitores esperavam deles não representam coisa nenhuma a não ser os seus próprios interesses e os das máfias oligárquicas partidárias. Não têm qualquer legitimidade e quando a reclamam é ainda com a única intenção de defenderem os sempreternos mesmos interesses. Vê-se mais claramente, mas ainda há cegos demasiados para que uma mudança seja possível.
A mudança não precisa ser de regime político para que mude realmente alguma coisa.
Se um número significativo de pessoas se auto-organizarem e começarem a construir alternativas ao modo de vida capitalista e autoritário, não só melhorará as suas vidas como será altamente desestabilizador para a ordem instituida.
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