Portugal é dos países do mundo com mais acidentes rodoviários, constato plenamente justificado pelo conhecido ditado de que «na estrada se vê o civismo de um povo». Nestas infelizes circunstâncias, os programas de prevenção.
A relação entre o civismo, o saber conduzir e os acidentes é bem conhecida nos países em que o seu número é mais reduzido. Reconhecendo os seus erros têm a oportunidade de usar os meios necessários para os corrigir. Exemplos não faltam. Em fins da década de 1950, diziam as Selecções do Reader’s Digest que a Polónia e a Suíça eram os países europeus com mais levado número de acidentes rodoviário. Sabemos que a Polónia fez grande progresso na sua redução e que a Suíça consegui mesmo colocar-se à cabeça do pelotão dos que menos acidentes registam. Como? Civilizando as pessoas, fazendo-as compreender que o código devia ser respeitado, ensinando-as a conduzir, submetendo-as a exames rigorosos para obtenção de carta.
Paralelamente, corrigiram os vários tipos de erros existentes nas estradas, nos traçados e na aplicação do código, dentro das cidades, e a sinalização foi adequada consoante as circunstâncias. Implantares radares fixos e móveis simulados de fixos com muitas caixas, muitas delas vazias mas com rotatividade dos aparelhos. Mais uma falta flagrante em Portugal. Much Ado About Nothing (título duma comédia de William Shakespeare).
Sobretudo, a fim de que o conjunto de medidas sortisse o efeito desejado ajudariam os condutores a compreender que a culpa era deles.
Será realmente necessário lembrar as medidas tomadas pelos vários governos portugueses a esse propósito para analisar a catástrofe da mortandade nacional? Não saberão já todos que os dois países em que estrangeiros têm mais medo de conduzir são a França e Portugal?
É isso, as medidas tomadas em Portugal, por serem no sentido contrário às que forem seguidas nos países que diminuíram esse género de acidentes, só puderam aumentar o seu número ou mantê-lo e não reduzi-lo. Um pequeno resumo é elucidativo e justificativo dessa desgraça nacional e dá-nos a intuição de que tudo foi feito ao contrário, que se procurou aumentar a matança nas estradas.
O ponto básico que actua directamente sobre a mentalidade humana, neste caso o reconhecimento do erro para abrir a possibilidade da sua correcção é uma condição sine qua non para permitir um melhoramento a todo e qualquer nível. Ora esse ponto foi aniquilado à partida pela obra dos políticos com a imprescindível e costumeira ajuda da oligarquia jornaleira, impingindo à população em geral um falso e injustificado sentimento de superioridade na inferioridade, apoiando os seus ídolos e escolhas rascas em lugar de os ajudar num exame de consciência, como nos países que reduziram eficientemente os ditos acidentes.
Embora não venha a propósito, outro exemplo da consequência do mesmo procedimento é a exaltação das travias com que os portugueses se alimentam hoje em substituição da tradicional e saudável cozinha mediterrânica que elogiam mas atraiçoam. Os resultados reais e à vista desarmada da comida inchada de gordura e em salmoura são a proporção de gente gorda e de doenças devidas ao abuso desses ingredientes maléficos. Fazem reportagens a obrigar os visitantes estrangeiros a afirmar que apreciam essa cozinha doentia, mas apenas observando o que eles comem nas esplanadas vemos a realidade.
Quem concebe sinalização das estradas e dentro das cidades não pode ser apenas e simplesmente incompetente. Mal colocada num imenso número de lugares, escondida noutros, distâncias mal calculadas e sinais desadequados, são o comum da realidade. Em Lisboa, por exemplo, praticamente não existem sinais de estacionamento proibido. Em seu lugar usam o de paragem proibida com um letreiro que o equipara, Ou seja, ignoram que existe um sinal qualificado para a sinalização que pretendem afixar em lugar do disparate estúpido que é aquele sinal abastardado por paspalhos e que mais se vê na capital. São estes abortos que estão a sugar o nosso dinheiro devido a uma tolerância despropositada que, por aplicada na generalidade, transformou a vida nacional numa enorme bandalheira.
À excepção da Espanha, a circulação nas rotundas faz-se com prioridade de esquerda já à entrada, tanto aos que já se encontrem no interior, assim como aos que entrem lado a lado, continuando no interior das rotunda até se ter saído. É a única excepção à prioridade de direita no código, adoptada devido a facilitar a entrada, a circulação e a saída, dada a necessidade excepcional e dever circular-se do lado interior. Para isso foi criado o sinal azul em substituição do circular, mantendo-se porém o último nos casos raros em que se mantiverem as antigas prioridades, todavia praticamente desaparecidas.
Em Portugal, a mentalidade torpe dos que ocupam os lugares de responsabilidade, desde o próprio presidente, assalganhou todo o processo. A prioridade é à esquerda apenas entre veículos que entrem e que já circulem dentro, e é tudo. Entre os que se entrem em faixas paralelas mantém-se à direita. Dentro, é obrigatório circular pelo interior, e se os da direita fizerem uso do seu direito de prioridade (porque não, se é obrigatório respeitar o código?), os que vão por dentro jamais sairão até que não haja circulação à sua direita e se não lhe permitirem a saída ficam parados no meio da rotunda à espera de oportunidade. Costuma dizer-se que na estrada se vê a mentalidade e o civismo dum povo. Porque não dizer-se também que pelas regras e leis se vê o mesmo da parte dos governantes e dirigentes?
A comprovar esta pura bestialidade mental está um documento escrito pela própria Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR) (em posse do autor to presente) que reza:
…o regime de cedência de passagem aplicável à entrada em rotunda não estabelece qualquer regime de “prioridade à esquerda”, mas sim uma obrigação de ceder passagem a quem já circula dentro da rotunda. Esta obrigação não recai sobre quem entre em relação a outros veículos que, encontrando-se à esquerda, não circulem já no interior da rotunda. Por outro lado, na deslocação lateral dentro da rotunda não existe qualquer regra de cedência de passagem, porque o que se trata é de uma mudança de via de trânsito e não de um cruzamento de veículos. Acresce, ainda, que nem todos os países seguem este regime, havendo exceções. Em bom rigor, se todos os condutores circularem de forma adequada dentro de uma rotunda, nem existirão conflitos de trajetória uma vez que quando um condutor se desloca lateralmente para uma via mais exterior, os anteriores que nela circulavam já tomaram a saída seguinte (isto numa rotunda com duas vias de trânsito, mas extrapolavel para rotundas com mais vias, dado que o princípio é o mesmo).
Além duma opinião deformada e em óbvio arrepio à regulamentação europeia e as contradições somam-se. Se a cedência obrigatória mencionada não é sinónimo de prioridade então o que será no português da ANSR? A «cedência de passagem de passagem» em termos relativos à circulação rodoviária aplicável só pode ser uma garantia de prioridade a respeitar. Manipulação de termos baseada numa ignorância linguística ou uma manipulação aldrabona para fazer passar um erro crasso?
Mais, não têm vergonha de se basear em princípios improváveis, completamente ao azar, como em quando um condutor se desloca lateralmente para uma via mais exterior, os anteriores que nela circulavam já tomaram a saída seguinte, apoiando uma regra com valor de lei numa hipotética possibilidade. Nestas condições é claro e intuitivo que quem se encontre no interior da rotunda só poderá sair caso os que detêm a prioridade lhe concedam esse favor. Ora regras de circulação não podem ser fruto de falta de civismo, mas também não se podem basear em favores nem em actos de cortesia: cumprem-se tal e qual ou há incumprimento. É a falta de civismo que impede o seu incumprimento, tanto cortando o direito do outro como dando-lho quando não deve como esmola para exibir uma falsa grandeza de alma.
Tudo isto não passa de um mero exemplo de como a legislação é parida em Portugal por bandos de incompetentes e maliciosos que ocupam os cargos de responsabilidade em lugar de pessoas cultas, inteligentes e competentes, apenas por cunhas ou partidismo. Um número incalculável de entre eles obtém os seus canudos emporcalhados por métodos semelhantes aos do Sócrates ou do Relvas. Não existem livros de explicação e de aplicação do código publicado por autoridades competentes; são avulso e ao gosto do autor, sem valor didáctico e mal apresentados. Comparados com os que se encontram noutros países compreende-se uma das causas da ignorância dos condutores portugueses. As cartas de condução são oferecidas pelas escolas como prémio por terem pago os cursos a que frequentemente nem assistem ou meramente vendidas.
Ao observarmos a mentalidade do condutor nacional compreendemos também o medo que os visitantes estrangeiros sentem e mencionam por conduzir cá. Como atrás referido, nunca se sabe se o outro vai ou não ceder passagem, por exemplo, devido à mesma falta de civismos, em que a arbitrariedade regula e não a regra, que é clara. Esta falta de civismo é patenteada por procedimentos simples e em que o condutor, a sós e sem confronto não actua com ninguém. Quando estaciona e ocupa despreocupadamente dois lugares. Numa cidade com falta de lugares de estacionamento, como as cidades são na sua maioria, mais evidente prova de irracionalidade, falta de civismo, egoísmo e abuso congénito seria impossível. Estes factos não podem ser alheios ao lugar que Portugal ocupa na classificação mundial de acidentes rodoviários.
Veio há pouco, finalmente, o presidente do Automóvel Clube de Portugal, protestar pelo roubo de M€4 destinados à prevenção de acidentes rodoviários perpetrado pelo ministro do interior. Essa prevenção, já de si ineficiente por mal concebida e focar-se sobre pontos secundários sem jamais atacar as verdadeiras causas dos acidentes, portanto quase desnecessária, mesmo esse pouco foi eliminado por um ladrão corrupto que se tornou assim assassino. O tal que as memórias recordarão como um ordinário de baixo nível que, como um capado, berrava obscenidades na lavandaria nacional. É um facto e «quem não quer ser urso não lhe veste a pele».
Acrescentou ainda o presidente do ACP que os portugueses «não sabem conduzir». Nada de novo e é a razão número um que aterroriza qualquer estrangeiro europeu de conduzir no país. O que ainda não é novidade é que as autoridades incompetentes tomem as medidas necessárias em lugar da bruta caça à multa, o controlo exagerado e repetirem ao infinito o álcool e a velocidade como principais causas do exagerado número de acidentes e mortes na estrada. Não são de desprezar, mas cada coisa no seu lugar. A velocidade, por exemplo e como dizem os manuais dos outros países, deve ser adaptada às condições de condução, atmosféricas e físicas do condutor no momento. Ora, não é uma sinalização desadequada como a existente que tem valotr, mas também aqui se reconhece a incapacidade mental dos portugueses a fazer as avaliações requeridas e indispensáveis mencionadas. é esta, em conjunto com a falta de civismo, a principal causa dos acidentes rodoviários. O resto que nos contam – dirigentes, polícia e responsáveis pela prevenção – são simples mentiras.
Afirmou ainda o presidente do ACP que «Os exames em Portugal não são rigorosos, as cartas de condução são quase oferecidas através das escolas e dos centros de exames. Enquanto a legislação não mudar e os exames não forem mais rigorosos vamos continuar a ter esta matança nas estradas». Nada disto nem do anterior será novidade para quem tenha lido outros artigos do autor sobre o assunto. Não se compreende, pois que qualquer simples cidadão tenha mais conhecimentos, capacidade de observação e de dedução que tantos irresponsáveis que ganham grossos ordenados e benesses para assassinar os portugueses. É a canalha que nos desgoverna e lixa a vida porque votamos neles, elegem os que eles escolhem, não nos representam e colocam parasitas e membros dos partidos em funções de responsabilidade. A culpa maior, todavia, fica com as hordas de pedantes iletrados que os aprovam e encobrem, escondem-nos o que se passa nos países democráticos e apenas nos contam casos piores, como no Brasil ou em Espanha e outros semelhantes para aceitarmos os golpes baixos com que nos ferem sem interregno.
Quem por vezes tenha viajado pela Europa de carro (aqui, como em quase tudo, exclui-se Espanha por não servir de exemplo democrático nem avançado), de certo notou que nalgumas cidades há zonas de estacionamento temporizado controlado por um disco dentro do veículo e sem pagamento. Nos estacionamentos pagos existe frequentemente um limite de tempo de estacionamento – dependendo da zona da cidade – em que os parquímetros não podem ser recarregados, ou seja, o veículo não pode permanecer no mesmo lugar. O estacionamento é quase sempre limitado no tempo, salvo para os residentes.
Um dos roubos do ministério que este celerado dirige, com a colaboração dos presidentes das grandes câmaras inundadas por veículos particulares de pessoas singulares que vivem fora e vão trabalhar no seu transporte próprio, é o roubo dos parquímetros. Não só as tarifas são muito mais caras do que nos outros países, pelo menos por comparação dos salários médios, como não têm qualquer utilidade excepto a mencionada, roubar. Desde que o utilizador vá recarregando o parquímetro pode ficar eternamente no mesmo lugar como uma ventosa. Em que é que isto evita a entrada de veículos nas cidades ou a regula? Haverá roubo mais evidente?
Transportes públicos organizados de modo a convir aos utilizadores ajudaria a reduzir o número de veículos estacionados nas cidades. De certo que por cá não há a capacidade para tal organização como nos outros países porque os dirigentes do estado ou de tudo tudo que seja controlado pelos políticos são parasitas incompetentes, boys sem habilitações ou com diplomas do género dos do Sócrates ou do Relvas. Há uma imensidade em casos iguais ou comparáveis Incompetentes que desacreditam a competência didáctica ou profissional portuguesa. São inaptos que obtêm os seus lugares por corrupção política, mas que geralmente são malandros arrogantes, pedantes desonestos, etc., como se sabe, que desorganizam a vida nacional e de um modo ou de outro espalham a miséria e o mau-viver ou a isso dão uma mãozinha. Querem que os transportes não dêem perdas e se autofinanciem. Onde? Em que país medianamente desenvolvido acontece isso? Só em África, em cuja economia se especializou o ministro da economia, como se deduz do seu curriculum. Uma utopia que impingem como realidade para legalizarem a destruição duma rede de transportes que nunca foi verdadeiramente organizada.
Resta-nos ainda reflectir sobre a causa destes tristes acontecimentos e concluirmos que é invariavelmente a mesma de sempre. Os políticos são livres de tomar todas as suas decisões sem que o povo tenha direito a aprovação. Na defesa dos seus interesses querem fazer passar este regime ditatorial por uma democracia representativa, mas obliteram a regra número um, tanto duma democracia como de qualquer sistema representativo: não há representação quando o mandatário contraria o mandante, ou seja, o representante não representa ninguém mais além de si mesmo e da sua família política. Ao fim de 39 anos enganados e gozados pelos políticos, os portugueses ainda não compreenderam que sem controlo dos políticos nunca houve no mundo nem poderá haver democracia. Este espaço de tempo sem nada aprender afirma por si só a estupidez geral nacional, embora ao facto não seja estranha a colaboração da desinformação jornaleira que – manipulando as informações – passa o tempo a enganar a o povo e a defender a corrupção, ora simulando acusações em scoops disparatados ou em escaramuças de fanáticos políticos.
Que cada um dê a si mesmo a resposta aos três assuntos seguintes:
Artigos complementares
Férias – Aproveite Para Se Matar. Realista e elucidativo.
Adenda (7-4-2013)
Em complemento deste artigo, algumas imagens comprovam dois dos infinitos casos de sinalização atrás citados. Um é absurdo e o outro provocador de acidentes.
Este sinal é a demonstração de comprovada ignorância do Código da Estrada e pretende substituir um outro pela adição dum letreiro desnecessário. Porquê abastardar um sinal para dar-lhe o sentido de um outro, senão por ignorância e estupidez?
Nas três fotografias seguintes vemos uma curva que desde a construção da estrada (há mais de 30 anos) não teve o sinal que precede a primeira passagem de peões, mas o problema nem é esse. Sem qualquer sinalização de aviso que anteceda, há outra passagem de peões imediatamente a seguir à curva, precedida dum sinal amarelo continuamente intermitente e que em determinadas alturas se torna vermelho, o tudo escondido para qualquer veículo que se aproxime da curva e até lá estar em cima, o que torna uma paragem quase impossível. Tanto que quando esse sinal está vermelho e um veículo nele estacionado, frequentemente outro que venha de trás, após ter contornado a curva, não pode parar e bate no estacionado. Aconteceu com frequência. Quem conhece o local e a sua história evita de parar a esse sinal, vermelho ou não, para não se arriscar a ser percutido por trás. Ultimamente, foi colocado um segundo sinal, este tricolor precedendo a primeira passagem de peões, mas a princípio sem sincronização, o que em lugar de resolver o problema o agravou.
Independente deste assunto de sinalização, na primeira destas três fotos vemos um automóvel parado em cima da primeira passagem de peões. Com é terminantemente proibido em qualquer circunstância e sem atenuantes, um tal infractor apanhado em qualquer país civilizado veria a sua carta de condução suspensa e teria uma das pesada multas. Em Portugal todos param frequentemente desse modo, invocando as mais pueris desculpas, com elas provando assim a sua profunda falta de civismo. Todos têm desculpas e são melhores que os outros. A opinião geral é a de que «quem conduz mal são os outros, que eu conduzo bem» ou, igualmente, «é verdade que a maioria não sabe conduzir, mas eu sei». Ou seja, a tal auto-estima impingida por políticos corruptos e jornaleiros indignos, evidentemente, para que tudo o que eles tenham de mal e de prejudicial à sociedade seja tolerado e aceite. E assim se chegou à aceitação da corrupção e do roubo, agora repudiado por exageradamente evidente, mas apenas por apoiantes de outros partidos.
A relação entre o civismo, o saber conduzir e os acidentes é bem conhecida nos países em que o seu número é mais reduzido. Reconhecendo os seus erros têm a oportunidade de usar os meios necessários para os corrigir. Exemplos não faltam. Em fins da década de 1950, diziam as Selecções do Reader’s Digest que a Polónia e a Suíça eram os países europeus com mais levado número de acidentes rodoviário. Sabemos que a Polónia fez grande progresso na sua redução e que a Suíça consegui mesmo colocar-se à cabeça do pelotão dos que menos acidentes registam. Como? Civilizando as pessoas, fazendo-as compreender que o código devia ser respeitado, ensinando-as a conduzir, submetendo-as a exames rigorosos para obtenção de carta.
Paralelamente, corrigiram os vários tipos de erros existentes nas estradas, nos traçados e na aplicação do código, dentro das cidades, e a sinalização foi adequada consoante as circunstâncias. Implantares radares fixos e móveis simulados de fixos com muitas caixas, muitas delas vazias mas com rotatividade dos aparelhos. Mais uma falta flagrante em Portugal. Much Ado About Nothing (título duma comédia de William Shakespeare).
Sobretudo, a fim de que o conjunto de medidas sortisse o efeito desejado ajudariam os condutores a compreender que a culpa era deles.
Será realmente necessário lembrar as medidas tomadas pelos vários governos portugueses a esse propósito para analisar a catástrofe da mortandade nacional? Não saberão já todos que os dois países em que estrangeiros têm mais medo de conduzir são a França e Portugal?
É isso, as medidas tomadas em Portugal, por serem no sentido contrário às que forem seguidas nos países que diminuíram esse género de acidentes, só puderam aumentar o seu número ou mantê-lo e não reduzi-lo. Um pequeno resumo é elucidativo e justificativo dessa desgraça nacional e dá-nos a intuição de que tudo foi feito ao contrário, que se procurou aumentar a matança nas estradas.
O ponto básico que actua directamente sobre a mentalidade humana, neste caso o reconhecimento do erro para abrir a possibilidade da sua correcção é uma condição sine qua non para permitir um melhoramento a todo e qualquer nível. Ora esse ponto foi aniquilado à partida pela obra dos políticos com a imprescindível e costumeira ajuda da oligarquia jornaleira, impingindo à população em geral um falso e injustificado sentimento de superioridade na inferioridade, apoiando os seus ídolos e escolhas rascas em lugar de os ajudar num exame de consciência, como nos países que reduziram eficientemente os ditos acidentes.
Embora não venha a propósito, outro exemplo da consequência do mesmo procedimento é a exaltação das travias com que os portugueses se alimentam hoje em substituição da tradicional e saudável cozinha mediterrânica que elogiam mas atraiçoam. Os resultados reais e à vista desarmada da comida inchada de gordura e em salmoura são a proporção de gente gorda e de doenças devidas ao abuso desses ingredientes maléficos. Fazem reportagens a obrigar os visitantes estrangeiros a afirmar que apreciam essa cozinha doentia, mas apenas observando o que eles comem nas esplanadas vemos a realidade.
Quem concebe sinalização das estradas e dentro das cidades não pode ser apenas e simplesmente incompetente. Mal colocada num imenso número de lugares, escondida noutros, distâncias mal calculadas e sinais desadequados, são o comum da realidade. Em Lisboa, por exemplo, praticamente não existem sinais de estacionamento proibido. Em seu lugar usam o de paragem proibida com um letreiro que o equipara, Ou seja, ignoram que existe um sinal qualificado para a sinalização que pretendem afixar em lugar do disparate estúpido que é aquele sinal abastardado por paspalhos e que mais se vê na capital. São estes abortos que estão a sugar o nosso dinheiro devido a uma tolerância despropositada que, por aplicada na generalidade, transformou a vida nacional numa enorme bandalheira.
À excepção da Espanha, a circulação nas rotundas faz-se com prioridade de esquerda já à entrada, tanto aos que já se encontrem no interior, assim como aos que entrem lado a lado, continuando no interior das rotunda até se ter saído. É a única excepção à prioridade de direita no código, adoptada devido a facilitar a entrada, a circulação e a saída, dada a necessidade excepcional e dever circular-se do lado interior. Para isso foi criado o sinal azul em substituição do circular, mantendo-se porém o último nos casos raros em que se mantiverem as antigas prioridades, todavia praticamente desaparecidas.
Em Portugal, a mentalidade torpe dos que ocupam os lugares de responsabilidade, desde o próprio presidente, assalganhou todo o processo. A prioridade é à esquerda apenas entre veículos que entrem e que já circulem dentro, e é tudo. Entre os que se entrem em faixas paralelas mantém-se à direita. Dentro, é obrigatório circular pelo interior, e se os da direita fizerem uso do seu direito de prioridade (porque não, se é obrigatório respeitar o código?), os que vão por dentro jamais sairão até que não haja circulação à sua direita e se não lhe permitirem a saída ficam parados no meio da rotunda à espera de oportunidade. Costuma dizer-se que na estrada se vê a mentalidade e o civismo dum povo. Porque não dizer-se também que pelas regras e leis se vê o mesmo da parte dos governantes e dirigentes?
A comprovar esta pura bestialidade mental está um documento escrito pela própria Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR) (em posse do autor to presente) que reza:
…o regime de cedência de passagem aplicável à entrada em rotunda não estabelece qualquer regime de “prioridade à esquerda”, mas sim uma obrigação de ceder passagem a quem já circula dentro da rotunda. Esta obrigação não recai sobre quem entre em relação a outros veículos que, encontrando-se à esquerda, não circulem já no interior da rotunda. Por outro lado, na deslocação lateral dentro da rotunda não existe qualquer regra de cedência de passagem, porque o que se trata é de uma mudança de via de trânsito e não de um cruzamento de veículos. Acresce, ainda, que nem todos os países seguem este regime, havendo exceções. Em bom rigor, se todos os condutores circularem de forma adequada dentro de uma rotunda, nem existirão conflitos de trajetória uma vez que quando um condutor se desloca lateralmente para uma via mais exterior, os anteriores que nela circulavam já tomaram a saída seguinte (isto numa rotunda com duas vias de trânsito, mas extrapolavel para rotundas com mais vias, dado que o princípio é o mesmo).
Além duma opinião deformada e em óbvio arrepio à regulamentação europeia e as contradições somam-se. Se a cedência obrigatória mencionada não é sinónimo de prioridade então o que será no português da ANSR? A «cedência de passagem de passagem» em termos relativos à circulação rodoviária aplicável só pode ser uma garantia de prioridade a respeitar. Manipulação de termos baseada numa ignorância linguística ou uma manipulação aldrabona para fazer passar um erro crasso?
Mais, não têm vergonha de se basear em princípios improváveis, completamente ao azar, como em quando um condutor se desloca lateralmente para uma via mais exterior, os anteriores que nela circulavam já tomaram a saída seguinte, apoiando uma regra com valor de lei numa hipotética possibilidade. Nestas condições é claro e intuitivo que quem se encontre no interior da rotunda só poderá sair caso os que detêm a prioridade lhe concedam esse favor. Ora regras de circulação não podem ser fruto de falta de civismo, mas também não se podem basear em favores nem em actos de cortesia: cumprem-se tal e qual ou há incumprimento. É a falta de civismo que impede o seu incumprimento, tanto cortando o direito do outro como dando-lho quando não deve como esmola para exibir uma falsa grandeza de alma.
Tudo isto não passa de um mero exemplo de como a legislação é parida em Portugal por bandos de incompetentes e maliciosos que ocupam os cargos de responsabilidade em lugar de pessoas cultas, inteligentes e competentes, apenas por cunhas ou partidismo. Um número incalculável de entre eles obtém os seus canudos emporcalhados por métodos semelhantes aos do Sócrates ou do Relvas. Não existem livros de explicação e de aplicação do código publicado por autoridades competentes; são avulso e ao gosto do autor, sem valor didáctico e mal apresentados. Comparados com os que se encontram noutros países compreende-se uma das causas da ignorância dos condutores portugueses. As cartas de condução são oferecidas pelas escolas como prémio por terem pago os cursos a que frequentemente nem assistem ou meramente vendidas.
Ao observarmos a mentalidade do condutor nacional compreendemos também o medo que os visitantes estrangeiros sentem e mencionam por conduzir cá. Como atrás referido, nunca se sabe se o outro vai ou não ceder passagem, por exemplo, devido à mesma falta de civismos, em que a arbitrariedade regula e não a regra, que é clara. Esta falta de civismo é patenteada por procedimentos simples e em que o condutor, a sós e sem confronto não actua com ninguém. Quando estaciona e ocupa despreocupadamente dois lugares. Numa cidade com falta de lugares de estacionamento, como as cidades são na sua maioria, mais evidente prova de irracionalidade, falta de civismo, egoísmo e abuso congénito seria impossível. Estes factos não podem ser alheios ao lugar que Portugal ocupa na classificação mundial de acidentes rodoviários.
Veio há pouco, finalmente, o presidente do Automóvel Clube de Portugal, protestar pelo roubo de M€4 destinados à prevenção de acidentes rodoviários perpetrado pelo ministro do interior. Essa prevenção, já de si ineficiente por mal concebida e focar-se sobre pontos secundários sem jamais atacar as verdadeiras causas dos acidentes, portanto quase desnecessária, mesmo esse pouco foi eliminado por um ladrão corrupto que se tornou assim assassino. O tal que as memórias recordarão como um ordinário de baixo nível que, como um capado, berrava obscenidades na lavandaria nacional. É um facto e «quem não quer ser urso não lhe veste a pele».
Acrescentou ainda o presidente do ACP que os portugueses «não sabem conduzir». Nada de novo e é a razão número um que aterroriza qualquer estrangeiro europeu de conduzir no país. O que ainda não é novidade é que as autoridades incompetentes tomem as medidas necessárias em lugar da bruta caça à multa, o controlo exagerado e repetirem ao infinito o álcool e a velocidade como principais causas do exagerado número de acidentes e mortes na estrada. Não são de desprezar, mas cada coisa no seu lugar. A velocidade, por exemplo e como dizem os manuais dos outros países, deve ser adaptada às condições de condução, atmosféricas e físicas do condutor no momento. Ora, não é uma sinalização desadequada como a existente que tem valotr, mas também aqui se reconhece a incapacidade mental dos portugueses a fazer as avaliações requeridas e indispensáveis mencionadas. é esta, em conjunto com a falta de civismo, a principal causa dos acidentes rodoviários. O resto que nos contam – dirigentes, polícia e responsáveis pela prevenção – são simples mentiras.
Afirmou ainda o presidente do ACP que «Os exames em Portugal não são rigorosos, as cartas de condução são quase oferecidas através das escolas e dos centros de exames. Enquanto a legislação não mudar e os exames não forem mais rigorosos vamos continuar a ter esta matança nas estradas». Nada disto nem do anterior será novidade para quem tenha lido outros artigos do autor sobre o assunto. Não se compreende, pois que qualquer simples cidadão tenha mais conhecimentos, capacidade de observação e de dedução que tantos irresponsáveis que ganham grossos ordenados e benesses para assassinar os portugueses. É a canalha que nos desgoverna e lixa a vida porque votamos neles, elegem os que eles escolhem, não nos representam e colocam parasitas e membros dos partidos em funções de responsabilidade. A culpa maior, todavia, fica com as hordas de pedantes iletrados que os aprovam e encobrem, escondem-nos o que se passa nos países democráticos e apenas nos contam casos piores, como no Brasil ou em Espanha e outros semelhantes para aceitarmos os golpes baixos com que nos ferem sem interregno.
Quem por vezes tenha viajado pela Europa de carro (aqui, como em quase tudo, exclui-se Espanha por não servir de exemplo democrático nem avançado), de certo notou que nalgumas cidades há zonas de estacionamento temporizado controlado por um disco dentro do veículo e sem pagamento. Nos estacionamentos pagos existe frequentemente um limite de tempo de estacionamento – dependendo da zona da cidade – em que os parquímetros não podem ser recarregados, ou seja, o veículo não pode permanecer no mesmo lugar. O estacionamento é quase sempre limitado no tempo, salvo para os residentes.
Um dos roubos do ministério que este celerado dirige, com a colaboração dos presidentes das grandes câmaras inundadas por veículos particulares de pessoas singulares que vivem fora e vão trabalhar no seu transporte próprio, é o roubo dos parquímetros. Não só as tarifas são muito mais caras do que nos outros países, pelo menos por comparação dos salários médios, como não têm qualquer utilidade excepto a mencionada, roubar. Desde que o utilizador vá recarregando o parquímetro pode ficar eternamente no mesmo lugar como uma ventosa. Em que é que isto evita a entrada de veículos nas cidades ou a regula? Haverá roubo mais evidente?
Transportes públicos organizados de modo a convir aos utilizadores ajudaria a reduzir o número de veículos estacionados nas cidades. De certo que por cá não há a capacidade para tal organização como nos outros países porque os dirigentes do estado ou de tudo tudo que seja controlado pelos políticos são parasitas incompetentes, boys sem habilitações ou com diplomas do género dos do Sócrates ou do Relvas. Há uma imensidade em casos iguais ou comparáveis Incompetentes que desacreditam a competência didáctica ou profissional portuguesa. São inaptos que obtêm os seus lugares por corrupção política, mas que geralmente são malandros arrogantes, pedantes desonestos, etc., como se sabe, que desorganizam a vida nacional e de um modo ou de outro espalham a miséria e o mau-viver ou a isso dão uma mãozinha. Querem que os transportes não dêem perdas e se autofinanciem. Onde? Em que país medianamente desenvolvido acontece isso? Só em África, em cuja economia se especializou o ministro da economia, como se deduz do seu curriculum. Uma utopia que impingem como realidade para legalizarem a destruição duma rede de transportes que nunca foi verdadeiramente organizada.
Resta-nos ainda reflectir sobre a causa destes tristes acontecimentos e concluirmos que é invariavelmente a mesma de sempre. Os políticos são livres de tomar todas as suas decisões sem que o povo tenha direito a aprovação. Na defesa dos seus interesses querem fazer passar este regime ditatorial por uma democracia representativa, mas obliteram a regra número um, tanto duma democracia como de qualquer sistema representativo: não há representação quando o mandatário contraria o mandante, ou seja, o representante não representa ninguém mais além de si mesmo e da sua família política. Ao fim de 39 anos enganados e gozados pelos políticos, os portugueses ainda não compreenderam que sem controlo dos políticos nunca houve no mundo nem poderá haver democracia. Este espaço de tempo sem nada aprender afirma por si só a estupidez geral nacional, embora ao facto não seja estranha a colaboração da desinformação jornaleira que – manipulando as informações – passa o tempo a enganar a o povo e a defender a corrupção, ora simulando acusações em scoops disparatados ou em escaramuças de fanáticos políticos.
Que cada um dê a si mesmo a resposta aos três assuntos seguintes:
- De que serve reclamar, lamuriar, queixar-se, chorar-se ou cantar para ser gozado, senão para desabafar e reduzir a pressão nos causadores da miséria? Não irá isso precisamente no interesse da manutenção da corrupção? Algum partido apresentou uma ideia que ponha verdadeiramente fim ao problema com um sistema de controlo já comprovado como eficiente?
- Para que serve o frenesim delirante das petições, que é um sintoma actual da falta de democracia?
- Será que a ladroagem corrupta largará a sua galinha dos ovos de ouro por vontade própria? Que fazer se não largar? Vamos condenar os nossos descendentes para sempre, ou seremos cegos que não estejamos a ver as consequências?
Artigos complementares
Férias – Aproveite Para Se Matar. Realista e elucidativo.
Adenda (7-4-2013)
Em complemento deste artigo, algumas imagens comprovam dois dos infinitos casos de sinalização atrás citados. Um é absurdo e o outro provocador de acidentes.
Este sinal é a demonstração de comprovada ignorância do Código da Estrada e pretende substituir um outro pela adição dum letreiro desnecessário. Porquê abastardar um sinal para dar-lhe o sentido de um outro, senão por ignorância e estupidez?
Sinal de Paragem proibida.
Com o letreiro que a CML lhe acrescenta, «Excepto tomada e largada de passageiros», é equivalente ao de estacionamento proibido. Nós pagamos esta incompetência com o custo da enorme profusão de letreiros desnecessários espalhados por praticamente todas as ruas da cidade e nelas frequentemente repetidos múltiplas vezes. Não é muito? É um exemplo duma regra geral e abrangente.
Nas três fotografias seguintes vemos uma curva que desde a construção da estrada (há mais de 30 anos) não teve o sinal que precede a primeira passagem de peões, mas o problema nem é esse. Sem qualquer sinalização de aviso que anteceda, há outra passagem de peões imediatamente a seguir à curva, precedida dum sinal amarelo continuamente intermitente e que em determinadas alturas se torna vermelho, o tudo escondido para qualquer veículo que se aproxime da curva e até lá estar em cima, o que torna uma paragem quase impossível. Tanto que quando esse sinal está vermelho e um veículo nele estacionado, frequentemente outro que venha de trás, após ter contornado a curva, não pode parar e bate no estacionado. Aconteceu com frequência. Quem conhece o local e a sua história evita de parar a esse sinal, vermelho ou não, para não se arriscar a ser percutido por trás. Ultimamente, foi colocado um segundo sinal, este tricolor precedendo a primeira passagem de peões, mas a princípio sem sincronização, o que em lugar de resolver o problema o agravou.
A uns 30 metros da curva, nada se vê.
Já após a linha que precede a 1ª passagem de peões, o sinal seguinte e a 2ª passagem de peões continuam fora do campo de visão.
Só já a meio da curva se podem ver o sinal seguinte, logo em cima, e a 2ª passagem de peões.
Independente deste assunto de sinalização, na primeira destas três fotos vemos um automóvel parado em cima da primeira passagem de peões. Com é terminantemente proibido em qualquer circunstância e sem atenuantes, um tal infractor apanhado em qualquer país civilizado veria a sua carta de condução suspensa e teria uma das pesada multas. Em Portugal todos param frequentemente desse modo, invocando as mais pueris desculpas, com elas provando assim a sua profunda falta de civismo. Todos têm desculpas e são melhores que os outros. A opinião geral é a de que «quem conduz mal são os outros, que eu conduzo bem» ou, igualmente, «é verdade que a maioria não sabe conduzir, mas eu sei». Ou seja, a tal auto-estima impingida por políticos corruptos e jornaleiros indignos, evidentemente, para que tudo o que eles tenham de mal e de prejudicial à sociedade seja tolerado e aceite. E assim se chegou à aceitação da corrupção e do roubo, agora repudiado por exageradamente evidente, mas apenas por apoiantes de outros partidos.
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