O jornalista Silva Pires, Director do Jornal gratuito Global Notícias escreveu hoje um artigo com o título «Alguma coisa está errada aqui...» em que, com simplicidade e muita clareza, mostra o seu espanto perante as variadas explicações acerca da relação entre os preços do petróleo e dos combustíveis. Nele me apoio para esboçar as seguintes reflexões. Os «entendidos», pretendendo ocultar as razões do fenómeno, certamente inconfessáveis, misturam argumentos como o valor do dólar, o preço dos refinados, os impostos, isto-e-aquilo, falam muito e não esclarecem nada.
Isto cansa e desilude e não devemos daí concluir que eles não têm saber e inteligência para nos esclarecer, pois eles sabem os interesses que estão a defender e, baseados nos seus currículos e pergaminhos, procuram, com ares de convicção e com a linearidade do discurso, levar-nos a pensar que as coisas podem não ser tão simples como parecem.
Porém, ontem, o professor do Instituto Superior Técnico, António Costa e Silva, especialista em combustíveis e energia, veio falar naquela linguagem que todos percebemos. Segundo ele, o petróleo já baixou 35 por cento desde que atingiu o seu máximo de 147 dólares, mas em Portugal apenas se registaram baixas de 6 (seis) por cento na gasolina e (10) por cento no gasóleo.
Perante esta evidência, todos estamos de acordo com aquilo que António Costa e Silva disse aos microfones da TSF «alguma coisa está errada aqui».
Sobre este assunto, o ministro da Economia e Inovação afirmou na SIC que a política domina a economia e não o contrário, mas em Sines disse que considera que, se não houver uma baixa no preço dos combustíveis nos próximos tempos (não referiu se horas ou meses!), esta será uma situação «anormal», tendo em conta a descida que o petróleo já fez. «Mais tarde ou mais cedo esta descida do petróleo terá um efeito positivo, no preço final dos combustíveis» dada a «relação bastante próxima» entre um facto e outro. Mais preciso nesta previsão tão profética seria certamente o vidente Mamadu Chabi … «mais tarde ou mais cedo»!!!
O Sr. ministro está a precisar de umas lições do professor António Costa e Silva, a fim de poder ser mais democraticamente esclarecedor, isto é, com um mínimo de respeito pelos cidadãos eleitores.
Acrescento mais informação entretanto obtida: Apesar do preço do barril de petróleo continuar a descer nos mercados internacionais, a BP decidiu ontem subir um cêntimo na gasolina. Segundo a DECO, os consumidores «não conseguem compreender» a ausência de descidas nos combustíveis já que em meses anteriores os operadores justificaram as «sucessivas» subidas imediatas à alta do petróleo. «As empresas estão a deixar cair a máscara junto dos consumidores». A fixação dos preços dos combustíveis «não é transparente».
E isto apesar de o ministro dizer que a política controla a economia! Ela nem sequer defende os cidadãos contribuintes contra os abusos das grandes empresas.
Isto cansa e desilude e não devemos daí concluir que eles não têm saber e inteligência para nos esclarecer, pois eles sabem os interesses que estão a defender e, baseados nos seus currículos e pergaminhos, procuram, com ares de convicção e com a linearidade do discurso, levar-nos a pensar que as coisas podem não ser tão simples como parecem.
Porém, ontem, o professor do Instituto Superior Técnico, António Costa e Silva, especialista em combustíveis e energia, veio falar naquela linguagem que todos percebemos. Segundo ele, o petróleo já baixou 35 por cento desde que atingiu o seu máximo de 147 dólares, mas em Portugal apenas se registaram baixas de 6 (seis) por cento na gasolina e (10) por cento no gasóleo.
Perante esta evidência, todos estamos de acordo com aquilo que António Costa e Silva disse aos microfones da TSF «alguma coisa está errada aqui».
Sobre este assunto, o ministro da Economia e Inovação afirmou na SIC que a política domina a economia e não o contrário, mas em Sines disse que considera que, se não houver uma baixa no preço dos combustíveis nos próximos tempos (não referiu se horas ou meses!), esta será uma situação «anormal», tendo em conta a descida que o petróleo já fez. «Mais tarde ou mais cedo esta descida do petróleo terá um efeito positivo, no preço final dos combustíveis» dada a «relação bastante próxima» entre um facto e outro. Mais preciso nesta previsão tão profética seria certamente o vidente Mamadu Chabi … «mais tarde ou mais cedo»!!!
O Sr. ministro está a precisar de umas lições do professor António Costa e Silva, a fim de poder ser mais democraticamente esclarecedor, isto é, com um mínimo de respeito pelos cidadãos eleitores.
Acrescento mais informação entretanto obtida: Apesar do preço do barril de petróleo continuar a descer nos mercados internacionais, a BP decidiu ontem subir um cêntimo na gasolina. Segundo a DECO, os consumidores «não conseguem compreender» a ausência de descidas nos combustíveis já que em meses anteriores os operadores justificaram as «sucessivas» subidas imediatas à alta do petróleo. «As empresas estão a deixar cair a máscara junto dos consumidores». A fixação dos preços dos combustíveis «não é transparente».
E isto apesar de o ministro dizer que a política controla a economia! Ela nem sequer defende os cidadãos contribuintes contra os abusos das grandes empresas.
4 comentários:
Há, nesta questão, muita desinformação, quer por factores políticos, quer económicos, como o meu amigo muito bem assinalou nesta sua análise. Numa abordagem geral, eu diria que o poder político - muito ao modo neoliberal por que se rege, sem intervir na esfera do económico - deixa total liberdade de acção às empresas de combustíveis, permitindo-lhes ditar as leis.
Naturalmente que não interessa ao poder ver este jogo a nu perante o eleitorado, pelo que se limita a responsabilizar as "leis do mercado" por esta conjuntura.
Para que se possam construir alternativas a este sistema, há que denunciar-lhes os jogos Poder-Empresas e respectivas falsificações face à opinião pública.
Um abraço
Caro Jorge,
Concordo com a sua sugestão de se denunciarem os jogos Poder-Empresas e alargar as críticas a tudo o que mos pareça não estar perfeito, tendo em vista que Governar deve ter por objectivo criar novas condições de vida para a população em geral, defender os interesses da maioria dos cidadãos, daquilo a que Spínola, chamou «maioria silenciosa». Os detentores do Poder devem governar e não governar-se a si próprios e aos amigos e apaniguados.
Deve haver todo o cuidado e honestidade na administração do dinheiro público, de todos os recursos nacionais.
Abraço
João
João,
As gasolineiras através dos lobbies vão conseguindo ver toda esta oscilação dos preços do barril de petroleo sempre para o lado que mais lhes convém. E a nós parece que apenas nos resta aceitar isso, e pactuar com a situação. Está tudo errado. Temos que reagir, e demonstrar massivamente a nossa indignação.
Abraço.
Caro Árt Of Love,
Neste mundo em que o valor essencial é o dinheiro e o lucro as gasolineiras fazem tudo o que lhes for possível para obterem mais e mais. Aproveitam toda a liberdade que governos lhes permitem. O mal está em os governos não controlarem as suas actividades, em defesa do consumidor. Porque os governantes têm tanta permissividade? Provavelmente para pagar atenções que receberam ou esperam receber. O autarca do Porto, Gomes, foi para administrador da GALP sem perceber nada de petróleo, como disse.
Temos que reclamar pelas mais pequenas explorações, até que um dia, se assim nada conseguirmos, teremos de usar formas de luta mais eficazes.
Abraço
João
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